Uma campanha mobiliza fiéis em Itabira para restaurar a histórica Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no bairro Penha. As paredes do templo estão escoradas e o comprometimento da estrutura avança. Sem recursos do poder público, a paróquia corre contra o tempo para arrecadar dinheiro e reformar a Ermida do Rosário.
A principal ação da campanha intitulada “Meu Coração é do Rosário” é um carnê que pode ser retirado na secretaria na paróquia, na Catedral Diocesana de Itabira. O valor mínimo das prestações é R$ 10. “Cada um pode colaborar com a quantia que puder”, ressalta o pároco, padre Márcio Soares.
O sacerdote responsável pela Igreja do Rosário disse que as obras podem começar no próximo mês de março. Isso porque é aguardado o fim do período chuvoso – apesar do predomínio do sol, há possibilidade de chuvas nesta época do ano. “Não podemos descobrir a igreja nesse período”, citou.
A Igreja Católica também fará apelo à iniciativa privada em Itabira para conseguir recursos. O projeto arquitetônico da restauração do templo é concluído por especialistas para ser apresentado às empresas. Por esse motivo, segundo o padre, ainda não é possível estimar em quanto ficará a obra de reparação total.
Márcio Soares disse ter expectativas também com a Prefeitura de Itabira. Segundo ele, o prefeito Ronaldo Magalhães (PTB) sinalizou preocupação com o templo e manifestou interesse em ajudar. O líder religioso aguarda o agendamento de um encontro com o Executivo municipal para tratar do assunto.
A Igreja ou Ermida do Rosário é um raro exemplar da arquitetura mineira do século XVIII. O forro da igreja matriz chama a atenção pela ilustre pintura que é atribuída a Manuel da Costa Ataíde, mais conhecido como Mestre Ataíde. A relevância do templo inspirou obras do poeta maior da cidade, Carlos Drummond de Andrade. A igreja pertence à Diocese de Itabira e foi tombada há 67 anos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Em novembro de 2016, o Iphan afirmou não possuir recursos para socorrer a igreja. Há quatro anos, o templo foi fechado pela conservação ruim e a falta de manutenção. Há telhas deslocadas ou rompidas, responsáveis pelo aparecimento de infiltrações que comprometeram os demais elementos arquitetônicos como as paredes, pisos, forros e instalações elétricas.
Escoras emergenciais foram colocadas no fim do ano passado, por causa das chuvas que pioraram a situação das paredes e a sustentação do telhado. O teto da igreja está atualmente coberto com lona. “Se não começarmos a reforma, essa igreja pode não ficar de pé por muito tempo”, lamentou padre Márcio.