No dia 5 de novembro de 2015, o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na região central, despejou cerca de 40 milhões de metros cúbicos de lama na bacia do Rio Doce, provocou a morte de 19 pessoas e causou o maior desastre ambiental do país. Os rejeitos de minério percorreram uma distância de 670 km até chegar à foz, no Espírito Santo. Mensurar quais foram os impactos e planejar as ações de reparação é um desafio que hoje mobiliza mais de 70 entidades que participam da compreensão das dimensões dos estragos causados, da decisão de quais são as ações a serem desempenhadas e do monitoramento de sua implementação. A criação da Fundação Renova, em 2016, foi um marco no caminho de recuperação e compensação pelos danos.
A organização integra um sistema de governança complexo com diversos colegiados de deliberação e consulta. Estão representados nesses ambientes as várias esferas do poder público, os atingidos, a comunidade acadêmica e outras instituições de representação da sociedade civil.
Um dos primeiros desafios a ser enfrentado para fazer sair do papel as ações de reparação do desastre foi criar, manter e melhorar esse modelo de deliberação e de tomada de decisões. Esse sistema de governança tem a missão de envolver todos esses representantes nessa discussão para que os recursos destinados para restaurar e compensar os impactos causados pelo rompimento de Fundão sejam aplicados com prioridades e da forma mais ágil possível. As ações estão divididas em três eixos temáticos: Pessoas e Comunidade, com ações mais focadas no caráter social de atenção aos atingidos; Terra e Água, que tem o foco na reparação ambiental; Reconstrução e Infraestrutura, onde estão concentradas as obras de reassentamento, saneamento e de infraestruturas impactadas.