O novo presidente da Academia Mineira de Letras, o jornalista Rogério Faria Tavares | Foto: Uarlen Valério
PUBLICADO EM 06/07/19 - 03H00
Rafael Rocha
“As pessoas não querem mais ficar só no celular mandando WhatsApp umas para as outras. Ninguém aguenta mais isso, atingimos um ponto de saturação”. A frase é uma espécie de chamamento do novo presidente da Academia Mineira de Letras (AML), Rogério Faria Tavares. Eleito em maio, o jornalista se dedica a convencer a população a frequentar o espaço, que tempos atrás se dedicou mais a convescotes beletristas – ou, na língua dos meros mortais, coquetéis de intelectuais.
O novo momento não parece ser voo de uma andorinha solitária. Tavares chega associado a nomes de relevo da literatura, como o doutor em história social Caio Boschi e o doutor em letras clássicas Jacyntho Lins Brandão. Ambos integram a nova diretoria da entidade. “Queremos abrir mais as portas da academia para a cidade”, revela o novo presidente.
Ampliar a diversidade entre os 40 acadêmicos é outra necessidade urgente da AML, cujos custos são mantidos com recursos públicos, parte por repasse direto do governo estadual, parte por isenção fiscal de impostos federais. Somente 10% dos integrantes são mulheres, e nenhum dos membros é negro. A modernização da instituição, no entanto, sofre resistências e não se configura como uma trilha sem obstáculos. “Não se muda uma entidade centenária de um dia para o outro”, contextualiza Inês Rabelo, gestora de projetos do espaço cultural e defensora das mudanças.