Henrique Braga | Foto: Facebook/reprodução
PUBLICADO EM 28/06/19 - 12H21
Lucas henrique Gomes
A Câmara Municipal de Belo Horizonte recebeu mais uma denúncia com pedido de cassação por quebra de decoro parlamentar nesta sexta-feira (28). Desta vez, o alvo é o ex-presidente da Casa Henrique Braga (PSDB).
De acordo com o texto, apresentado pela advogada Priscilla Oliveira, o tucano obteve vantagem financeira ilícita para uma associação religiosa na qual ele coordena, segundo a biografia dele no site da Câmara Municipal. "Em 21 de março de 2014, a Belotur destinou um montante de R$ 30 mil à associação beneficente Cruzada Unida Regional do Barreiro de Cima, responsável pela organização do grande sermão da montanha, ora presidido por Henrique Braga. Em 2015, foi destinado R$ 15 mil. Todavia, em abril de 2017, com o vereador como presidente da Casa, a destinação para a mesma associação foi de estratosférico R$ 300 mil", diz trecho da denúncia.
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A advogada questiona o aumento vertiginoso da destinação de verbas após o vereador assumir a presidência do Legislativo municipal. Outro fato abordado por Priscilla Oliveira é o suposto emprego de um funcionário fantasma e nepotismo indireto no gabinete. Segundo ela, o filho do chefe de gabinete executou tarefas na Procuradoria e no Núcleo de Cidadania da Câmara. "O filho é advogado e trabalha em um escritório particular de advocacia. Desta feita, muita estranheza se percebe ao apurar a duplicidade do exercício de funções do filho do chefe de gabinete, vez que impediria o cumprimento regular da jornada de trabalho, razão pela qual existem fortes indícios da utilização do sistema indireto de nepotismo para caracterização do suposto cargo fantasma", aponta a advogada.
Procurada, a assessoria do vereador Henrique Braga disse ver com "estranheza" a apresentação da denúncia com fatos antigos e que já teriam sido investigados e arquivados pelo Ministério Público do Estado. Sobre a associação religiosa, a assessoria alegou que Braga não possui nenhum vínculo administrativo com a realização do grande sermão da montanha, exercendo apenas as atividades de pastor.
Sobre a acusação de funcionário fantasma, a assessoria negou veementemente a denúncia.