Objetos foram encontrados em cativeiro
PUBLICADO EM 13/11/18 - 18h02
ISABELLA MELANO
Policia Civil pôs fim às ações da quadrilha de sequestradores comandada por um preso, dentro da penitenciária segurança máxima Nelson Hungria.
De acordo com o Delegado Ramon Sandoli, um homem de 44 anos comandava as operações via celular da prisão. Um outro de 28 anos também foi preso em flagrante no cativeiro em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, onde estava com as duas últimas vítimas do golpe que usava anúncios na web para atrair compradores.
“Ele postava anúncios de caminhões e vans com o valor alto, em torno de R$ 150 mil, mas que ainda estavam a baixo do valor de mercado. Do presídio ele comandava as equipes que realizavam o sequestro”, disse o Delegado.
A polícia já vinha investigando a quadrilha há algum tempo. “Ficamos sabendo das ações dessa organização depois que a Polícia do Distrito Federal nos informou sobre uma vítima de Brasília que foi atraída para Belo Horizonte”, contou Sandoli.
Ainda de acordo com o delegado, a vítima teria negociado um caminhão com o líder da quadrilha por R$ 100 mil quando foi sequestrada. A família pagou o resgate.
Depois desse caso a polícia conseguiu evitar mais dois sequestros. Um no dia 8 de novembro, no qual a vítima foi atraída de São Sebastião do Paraíso para Itabira, e outro no último dia 10 que a vítima era de Ravena.
“Nós continuamos o monitoramento das conversas e áudios do líder que estava preso”, disse o Delegado.
Na segunda-feira (12) os investigadores obtiveram a informação de que um pai e um filho, de São Paulo, haviam caído no golpe.
“A equipe foi para o cativeiro em Contagem, próximo à Seasa, e conseguiu libertar as vítimas sem que elas pagassem fiança e prender (um dos criminosos), um dos integrantes da quadrilha que estava no local o outro sequestrador conseguiu fugir de carro e agora está sendo procurado”, conta Sandoli.
O homem de 28 anos já tinha passagem pela polícia por crimes contra o patrimônio, a vida e tráfico de drogas. O líder do bando foi preso há 14 anos pelo Departamento Estadual de Operações Especiais (Deosp) pela mesma modalidade de crime, extorsão mediante sequestro.
“Ele (líder da quadrilha) tem pena de 137 anos e seis crimes que incluem roubo, sequestro e estupro”, conta o delegado.
Em uma casa que estaria sendo ocupada pelos criminosos, em uma favela de Contagem, foram apreendidas uma balança de precisão, uma pistola 9mm e 5,8 kg de maconha. O local fora usado como cativeiro.
“Além dessas apreensões com auxílio da Secretaria de Estado de Administração Prisional emitimos um mandado e na cela do líder apreendemos o celular usado nos crimes”, acrescenta Sandoli.
A Polícia Civil já identificou outros membros da quadrilha que operava como uma empresa. “Ele (líder do bando) tinha várias equipes e gerenciava todos”, disse o Delegado.
Os dois presos foram encaminhados para o serviço penitenciário. Agora a Polícia Civil continua as investigações da Operação Diafimísi - que significa anúncio em grego - para prender em flagrante ou via mandato de prisão os outros integrantes da quadrilha.