Presidente do PHS, Eduardo Machado é quem faz as acusações a Aro; Marcelo Aro é acusado pelo partido de desviar recursos da sigla
PUBLICADO EM 23/10/18 - 20h01
DA REDAÇÃO
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, reiterou, em decisão publicada na noite da última segunda-feira, que a presidência do PHS nacional continue com Eduardo Machado. A disputa interna no partido durou quase um ano, com o deputado federal Marcelo Aro (PHS-MG) tentando tomar o poder da legenda em uma batalha judicial.
Na decisão, Weber considerou que o mandado de segurança que chegou a colocar Aro na presidência do PHS, no lugar de Machado, estava sem validade. A ministra, então, decidiu por anular uma determinação do ex-presidente do TSE Gilmar Mendes, deferida em janeiro, para que Machado fosse confirmado, de vez, como presidente do diretório nacional.
“A justiça foi feita. Foi uma pena que tenha demorado tanto, dez meses de muito trabalho para retornar. Houve uma destruição no partido, principalmente pelo dinheiro que desapareceu na gestão Marcelo Aro e mesmo no sentido da péssima construção política, tanto é que não conseguimos atingir a cláusula de desempenho. Agora é recomeçar tudo”, disse Machado em conversa com o Aparte.
Machado já havia sido reconduzido ao comando do PHS na última sexta-feira, depois de mais uma derrota judicial de Aro. Ele garantiu que o deputado mineiro também vai perder o controle da legenda em Minas e que uma nova diretoria estadual será eleita.
O presidente do PHS também confirmou que está marcada, para o próximo dia 1º de novembro, em Brasília, uma eleição interna para determinar os presidentes das comissões estaduais, dos conselhos da legenda e dos representantes do PHS Mulher e PHS Jovem.
Histórico
No fim do domingo, um tesoureiro do partido, aliado de Aro, tentou reaver no plantão do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) o comando da sigla. O tesoureiro Murilo Alves de Oliveira buscou, de forma liminar, manter a decisão de um desembargador que não respeitou as regras do processo e proferiu uma decisão no lugar de outro, que era prevento do caso, ou seja, aquele que deu a primeira decisão e é responsável pelo andamento do processo.
O magistrado Carlos Alberto França, plantonista do Órgão Especial do TJGO, indeferiu o pedido por entender que a decisão não deveria ser dada de forma urgente durante o plantão e determinou que o andamento natural do processo fosse respeitado.
Para o advogado Kowalsky Ribeiro, que defende Eduardo Machado, essa foi uma atitude desesperada dos aliados do deputado federal. “Foi o último suspiro do Aro. Em uma tentativa desesperada de retomar o partido através de uma tutela antecipada em plantão, o que não cabe, Marcelo tentou retomar o partido pela via inversa, pelas portas do fundo. A medida é impossível, não cabe essa decisão, já tinha sido negada por um juiz substituto”, declarou o advogado.