Ampla vantagem de Dilma faz clima ficar ruim entre Dinis Pinheiro e Rodrigo Pacheco
Adisputa acirrada por uma cadeira no Senado deixa o clima pouco amistoso entre os integrantes da coligação Reconstruir Minas. Interlocutores ligados à chapa garantem que os candidatos ao Senado, o deputado federal Rodrigo Pacheco (DEM) e o ex-deputado estadual Dinis Pinheiro (SD) travam uma briga interna por votos.
Uma fonte contou que os postulantes já dão como garantida vitória da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para uma vaga, e, por isso, o discurso dos candidatos da chapa tem sido individualizados. “Não existe mais aquela velha tática da dobradinha, como em 2010, quando o senador Aécio Neves (PSDB) foi candidato ao lado de Itamar Franco (PPS). Agora é cada um por si”, contou o interlocutor.
Nos bastidores da campanha, outra situação que estaria gerando desgaste seria o fato de o jornalista e candidato à mesma cadeira, Carlos Viana (PHS), estar constantemente nos eventos do senador e candidato ao governo Antonio Anastasia (PSDB). Antes de ser definida a composição da chapa majoritária, o nome de Viana chegou a ser cotado para integrar a coligação do tucano, mas o PHS, nestas eleições, não se aliou a nenhum partido. “Ele já fez viagens com o senador para o interior do Estado e, vez ou outra, aparece em eventos ao lado de Anastasia. Isso também tem deixado Dinis e Pacheco bastante incomodados”, contou o interlocutor.
Dilma e Viana lideram os levantamentos de intenções de voto para o Senado. Segundo a última pesquisa DataTempo/CP2, divulgado no dia 17, a ex-presidente lidera a corrida, com 26,8% da preferência do eleitorado mineiro, e Carlos Viana fica em segundo lugar, com 11,2%. Já Pinheiro e Pacheco pontuaram 5% e 4,8%, respectivamente. Questionado, Pacheco declarou que não sente nenhum mal-estar no grupo. De acordo com ele, é natural que candidatos a qualquer cargo se ocupem de pedir votos para si próprios. O deputado federal pontuou que isso não significa que ele deseje algum tipo insucesso para os candidatos ao Senado do mesmo campo político. “São coisas distintas, e, considerando que são duas vagas, eu realmente desejo sucesso aos outros candidatos, mas pretendo e trabalharei para ter uma das vagas ao Senado”, disse Pacheco.
Sobre a constante presença de Viana nas agendas de campanha, o candidato também negou qualquer tipo de descontentamento. “Da minha parte, nenhum mal-estar, muito ao contrário; além da minha candidatura ao Senado, eu me ocupo também da candidatura do Anastasia ao governo do Estado. Então, tudo quanto houver de apoio à candidatura dele vai ser bem-vindo”, afirmou.
Dinis também negou que exista qualquer desconforto. “Não existe nenhuma disputa minha com o Pacheco ou com o Viana. Pelo contrário, os dois só somam. Quem ganha é o eleitor mineiro, que tem opções qualificadas para escolher os próximos senadores. Estou percorrendo o Estado, conversando com as pessoas e apresentando ideias, e cada candidato tem o direito de fazer o mesmo”, declarou o ex-deputado. (Ana Luiza Faria)