A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) vendeu nesta quarta-feira (8), em Belo Horizonte, ativos de telecomunicação, que chegaram a pertencer a Cemig Telecom, que foi incorporada pela estatal mineira no começo deste ano. A empresa informou, por meio de nota, que arrecadou R$ 648,89 milhões com a venda de 6.000 quilômetros de cabos ópticos em redes metropolitanas e quase 12 mil quilômetros de cabos ópticos de longa distância, localizados em cem cidades de sete Estados – Minas, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Ceará e Goiás.
O lote 1 foi comercializado com ágio superior a 70%. A American Tower pagou R$ 571 milhões. O preço mínimo era R$ 335,07 milhões. O lote é formado pela estrutura da empresa em Minas, Rio de Janeiro e São Paulo.
O lote 2, com a parte da empresa montada na região Nordeste e em Goiás, com preço mínimo de R$ 32,473 milhões, foi arrematado pela Algar Soluções e Telecomunicações por R$ 77,8 milhões, ágio superior a 139%.
No total, a Cemig teve um ganho de 76,5% ante o preço mínimo pretendido pela empresa pelos ativos, de R$ 367,473 milhões.
Inicialmente previsto para o dia 25 de julho, o leilão faz parte de um processo de venda de ativos da Cemig. A expectativa inicial era que 17 empresas participassem da disputa. Algar, American Tower e Claro se habilitaram a participar da disputa. Esta última, no entanto, decidiu não apresentar nenhuma proposta.
Para o primeiro lote, somente a American fez proposta, uma vez que a Algar apresentou comunicado desistindo da disputa.
As duas empresas apresentaram envelope para o lote 2, mas como o valor oferecido pela Algar era mais do que o dobro do apresentado pela American (R$ 38 milhões), a disputa não foi para a fase de lance.
O presidente da Cemig, Bernardo Alvarenga, comemorou e disse que o leilão superou as expectativas da empresa, uma vez que o preço mínimo dos dois lotes era R$ 367 milhões.
Para o diretor de Gestão de Participações da estatal, Daniel Faria Costa, o leilão dos ativos de telecomunicações é um marco importante no programa de desinvestimento da empresa. “É mais um ativo de relevância que foi vendido, dentro dos objetivos da companhia de reduzir o endividamento e se reestruturar”, destaca. (com agências)
Bons ventos
Leilão. A Cemig agendou para 20 de setembro um leilão para a compra da produção futura de usinas eólicas e solares. Com previsão de fornecimento a partir de janeiro de 2022.
Tarifa extra de energia vai durar mais
Rio de janeiro. O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Luiz Eduardo Barata, disse que 2018 está repetindo o comportamento de 2017 no setor energético, e que a redução das chuvas deve manter a operação cara até o final do período seco. Segundo Barata, até o final do período seco (outubro) os consumidores devem continuar pagando mais caro pela energia, com a bandeira 2 acionada.
“Vamos ter 2018 de novo com atenção, mas temos tranquilizado o governo, não corremos risco de desabastecimento de energia, mas sabemos que vamos ter custo alto”, disse Barata.