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Aliados de Lacerda e políticos do MDB dão como certa a união | Foto: Mariela Guimarães/O Tempo
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Articuladores apontam que o deputado federal e hoje também pré-candidato ao governo Rodrigo Pacheco (DEM) estaria próximo de aceitar uma vaga a senador na chapa | Foto: Alex de Jesus/O TEMPO
PUBLICADO EM 30/07/18 - 16h47
RICARDO CORRÊA / LUCAS RAGAZZI / BERNARDO MIRANDA
@OTEMPO
Depois de articular uma chapa que incluiria o MDB e outros sete partidos, o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) pode conseguir outro apoio de peso para sua empreitada ao Palácio da Liberdade. Articuladores apontam que o deputado federal e hoje também pré-candidato ao governo Rodrigo Pacheco (DEM) estaria próximo de aceitar uma vaga a senador na chapa. No grupo do democrata, por enquanto, o discurso é de que ele mantém sua pré-candidatura.
Aliados de Lacerda e políticos do MDB dão como certa a união. Mãe do deputado estadual Iran Barbosa (MDB), a ex-prefeita de Ribeirão das Neves Gracinha Barbosa chegou a anunciar a chapa pelas redes sociais. Segundo ela, o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Adalclever Lopes, também faria parte do acordo, sendo vice de Lacerda.
Nos últimos dias, teriam sido realizados cinco encontros entre o grupo de Lacerda e o de Pacheco. Nessas conversas, um articulador do ex-prefeito teria ouvido que Pacheco já decidiu disputar o Senado. Sua dúvida, agora, seria em qual chapa se abrigar. Uma opção seria se unir a Antonio Anastasia (PSDB), seu antigo aliado. O ex-secretário de governo de Aécio Neves, Danilo de Castro, estaria trabalhando para conseguir essa adesão. Porém, hoje, na avaliação de quem conversou com o deputado federal, as chances seriam maiores para Lacerda, principalmente após Pacheco insistir no discurso de "nem um, nem outro", em ataque a PSDB e PT.
Um dos principais nomes da campanha de Pacheco, o deputado federal Luiz Fernando Faria (PP) disse que, hoje, a candidatura do democrata está mantida.
"Pacheco continua mantendo sua agenda de candidato. A gente se reuniu ontem (29) com (o presidente da Câmara dos Deputados) Rodrigo Maia no Rio de Janeiro, e foi confirmada mais uma vez a necessidade de candidatura dele aqui em Minas", disse Faria, sem descartar, porém, uma futura aliança.
Candidado, mas até quando?
Em entrevista coletiva, na tarde desta segunda-feira 30), o pré-candidato Rodrigo Pacheco disse que mantém sua candidatura, mas destacou que não está fechado à negociações.
"Eu vejo como natural esse tipo de manifestação e até especulação das composições partidárias. Mas nesse instante não se cogita nada que não seja nossa candidatura ao governo do Estado. Obviamente, nós não podemos esgotar as conversas com outros partidos, respeitando a posição de cada a qual."
Questionado se descartaria um acordo, Pacheco disse que está sempre aberto às conversas com os demais atores políticos.
"Temos que manter o diálogo aberto, tanto com o ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB), quanto com o senador Antonio Anastasia (PSDB), mas convictos que nós temos nossa posição de candidatura ao governo do Estado. Mas deixar de conversar política é muito ruim, parece autoritarismo e até um tom de arrogância. Nós temos que ter humildade para conversar até porque o nosso inimigo é outro. O nosso inimigo é a situação do Estado como se encontra com o pagamento atrasado, com os municípios à míngua com a falta de repasses constitucionais. Todas as pessoas que se propõem a ser governador têm que conversar entre si para encontrar soluções em comum paras os problemas de Minas Gerais. Eventualmente, ao final, pode haver três, quatro candidaturas concorrentes, um concorrendo contra o outro, mas o diálogo é sempre muito importante," continuou.
Apesar de admitir negociações, Pacheco afirmou no fim da entrevista que tem convicção da sua candidatura.
"Por mim, já está definida a minha candidatura. Toda as candidaturas têm o momento de sua consumação nas convenções e o prazo se espira no dia 5 de agosto. No meu íntimo, estou convicto da minha candidatura ao governo do Estado", completou.