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Demissão de presidente da Petrobras divide opiniões entre políticos mineiros
Aliados do governo lamentaram; oposição aprovou saída de Pedro Parente 02/06/2018

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Aécio Neves
Para Aécio Neves, saída de Parente não deve ser festejada
PUBLICADO EM 02/06/18 - 03h00

A saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras causou grande repercussão no meio político. Lideranças ligadas ao governo de Michel Temer lamentaram a demissão do economista, enquanto nomes mais posicionados à esquerda ou em colisão com o emedebista comemoraram a decisão. 

Em nota, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que a mudança na estatal não deve ser festejada por ninguém. “A saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras não é algo a ser comemorado. É fundamental agora que o governo federal seja ágil na sua substituição por um nome que sinalize na direção da continuidade do processo de saneamento da empresa, mas com a sensibilidade necessária em relação aos impactos da política de preços na vida cotidiana dos brasileiros. É necessário também que os Estados participem desse esforço ao lado do governo federal”, avaliou o tucano.

Por outro lado, ampla maioria da bancada mineira no Congresso afirmou que a saída de Parente é benéfica e deveria ter ocorrido mais cedo. O vice-presidente da Câmara Federal, deputado Fábio Ramalho (MDB-MG), diz que Parente focou sua atuação nos acionistas. 

“Ele demorou a sair. A Petrobras tem que ter uma política para a população, para o povo, e não para os acionistas e mercado”, disse o parlamentar. A deputada federal Jô Moraes (PCdoB) seguiu a mesma linha. “A força das ruas tirou o condutor de um navio à deriva”, avaliou.

Minientrevista

Elena Landau
Economista e ex-presidente do Conselho de Administração da Eletrobras


A saída de Pedro Parente do comando da Petrobras é negativa para o país?

Muito negativa. É a volta da intervenção nas estatais. Parente liderava um avanço grande na gestão da empresa, que agora volta a viver com uma mudança de filosofia e com o tabelamento de preços. O MDB e o governo apontavam para uma ponte para o futuro, mas estamos vendo apenas o MDB de sempre, retrógrado. É uma intervenção que vai afastar, inclusive, muitos investidores do Brasil.

Você defende que a política de preços adotada por Parente continue?

Felizmente, temos uma equipe econômica muito competente, e há um conselho administrativo muito profissional na Petrobras. Então, acredito que o legado e as mudanças que Parente fez na empresa vão continuar. E, claro, empresa alguma pode ser dependente apenas de uma pessoa.

O ajuste dos combustíveis ligado ao mercado internacional foi uma política muito criticada. Foi um erro?

Não, foi um acerto. Não adianta inventar regras agora, usar termos que não existem. Falam em função social da Petrobras, mas não existe isso nem no estatuto da empresa. 

Como você avalia o futuro da Petrobras sem Parente?

Teremos uma briga entre o passado e o futuro, uma briga de políticos. E a população precisa entender o que está em jogo. Achei que já havíamos aprendido o quanto a má gestão da Petrobras é prejudicial ao país, por conta do desgoverno Dilma Rousseff. Mas, pelo visto, não avançamos em nada.

O que fazer para evitar um retrocesso na empresa?

Defendo a privatização da Petrobras. Pedro Parente liderava uma reformulação ética e bem-gerida quando foi forçado a sair. Esse tipo de coisa não pode continuar acontecendo. Ele agregou valor à empresa e, com isso, evitou gastos para a União. A Petrobras não foi feita para subsidiar nada.

A favor

"Pedro Parente demorou muito para sair. A Petrobras tem que focar
seu trabalho e sua política para a população, e não aos acionistas e ao mercado."
Fabio Ramalho (MDB-MG), vice-presidente da Câmara dos Deputados

"Pedro Parente não fez nada pela população, ele se preocupou apenas em agradar os acionistas. Ele queria sanear a Petrobras só aumentando o preço dos combustíveis."
Newton Cardoso Júnior (MDB-MG), deputado federal

"Sua saída foi pedida por nós há mais de uma semana. A política de preços dele visava encaminhar a empresa para uma privatização e agradar os acionistas. É ruim para a população."
Júlio Delgado (PSB-MG), deputado federal e líder do PSB na Câmara

"A demissão é positiva, mas não é o suficiente. Temos que mudar a política de estatais que serve apenas para enriquecer os acionistas. Estatal tem que atender o povo."
Weliton Prado (PROS-MG), deputado federal

"Parente sai tarde. É o principal responsável por essa política de preços criminosa. A força das ruas tirou o condutor de um navio à deriva."
Jô Moraes (PCdoB-MG), deputada federal

"Não basta demitir o senhor Pedro Parente. É preciso exigir que a política de preços que ele impôs seja trocada."
Ciro Gomes (PDT), pré-candidato à Presidência da República

"Parente vai tarde. A desastrosa política de preços da Petrobras e a
privatização branca causaram um estrago que o povo brasileiro está sentindo no bolso."
Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato à Presidência da República

Contra

"A saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras não é algo a
ser comemorado. É fundamental agora que o governo federal seja ágil na sua substituição por um nome que sinalize na direção da continuidade do processo de saneamento da empresa, mas com a sensibilidade necessária em relação aos impactos da política de preços na vida cotidiana dos brasileiros. É necessário também que os Estados participem desse esforço ao lado do governo federal."
Aécio Neves (PSDB-MG), senador

"É uma pessoa extremamente inteligente, tem uma liderança muito forte, sereno, maduro e convicto. Ele estava fazendo a coisa certa;
o equívoco do governo foi fazer a recomposição em poucos dias do
preço, precisava dar uma previsibilidade."
Marcus Pestana (PSDB-MG), deputado federal

"Com a saída de Pedro Parente, o importante nesse momento é não
desperdiçar o trabalho de recuperação da Petrobras."
Geraldo Alckmin (PSDB-SP), pré-candidato à Presidência da República

"Esse é o ambiente que temos hoje: a velha política afasta os bons
profissionais. Reverter esse quadro é um dos nossos objetivos."
João Amoêdo (NOVO), pré-candidato à Presidência da República

"Perdemos todos nós com a saída de Parente. Mais um gol contra de um governo desgovernado. Saída de Parente é o símbolo da Ponte para o Passado."
Elena Landau, ex-presidente do Conselho de Administração da
Eletrobrás.

 


 

 

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