Grupo J&F, dono da JBS, vendeu a Alpargatas por R$ 3,5 bilhões
BRASÍLIA. Levantamento feito pelo portal de notícias G1 mostra que a operação Lava Jato foi o pano de fundo de grandes negócios no Brasil nos últimos três anos com a venda de 48 ativos de empresas investigadas pela Polícia Federal (PF). Segundo o portal, as transações somaram mais de R$ 103 bilhões desde 2015. Os números foram obtidos a partir de estatísticas de fusões e aquisições da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e de operações divulgadas pelas próprias empresas investigadas.
Na lista de empresas investigadas que venderam ativos estão as gigantes Petrobras, J&F, Odebrecht, Camargo Corrêa, OAS e BTG Pactual. Todas tiveram que colocar negócios à venda após ter seu nome envolvido de alguma forma na Lava Jato. E ainda tem mais: essas empresas tentam se desfazer de ao menos outros R$ 75 bilhões em ativos, segundo cálculos do G1 com base em planos anunciados.
As operações são parte das estratégias das empresas para se reerguerem após os escândalos de corrupção.
Dos quase 50 negócios cujo controle ou fatias trocaram de mãos, o caso mais emblemático é o da Alpargatas, que detém as marcas Havaianas e Osklen, e que em dois anos já esteve sob o comando de três diferentes donos. No fim de 2015, quando as construtoras estavam no centro dos escândalos de corrupção, a Camargo Corrêa vendeu o controle da Alpargatas para a J&F, da família Batista, por R$ 2,66 bilhões. A venda foi assinada dois meses após a Camargo fechar um acordo de leniência. Em 2016, os donos da JBS desembolsaram mais cerca de R$ 500 milhões para elevar a participação na companhia. Mas, neste ano, os irmãos Joesley e Wesley Batista é que tiveram que vender seus negócios para fazer caixa e conseguir suportar a maré negativa depois de fechar um acordo de delação premiada. Em julho, a J&F vendeu sua participação de 54% da Alpargatas para a Itaúsa por R$ 3,5 bilhões.