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Temer comprou dois terrenos um dia após propina delatada
Transação foi concluída no dia 3 de setembro de 2014; JBS afirma ter repassado dinheiro no dia 2 08/10/2017

Brasília. Setembro de 2014. No dia 3, um dia depois de a JBS ter entregue um montante de dinheiro destinado ao então vice- presidente Michel Temer, o peemedebista concluiu a compra de dois terrenos que somam 4.700 metros quadrados em um condomínio de luxo em Itu, no interior de São Paulo. A revelação foi publicada neste sábado (7) no site do jornal “El País”.

Segundo a reportagem, a área localiza-se no condomínio Terras de São José II, que possui 20 quadras de tênis, dois campos de futebol, academia de golfe, centro hípico e heliponto.

O “El País” lembra que Temer foi, de acordo com depoimentos de delatores à operação Lava Jato, o destinatário de cerca de R$ 2 milhões em pagamentos de propina da Odebrecht e da JBS entre o fim de agosto e o começo de setembro de 2014. Em 2 de setembro daquele ano, segundo a delação da JBS, R$ 1 milhão em espécie foi entregue ao coronel João Baptista Lima Filho, amigo do presidente e considerado o mais antigo operador de propinas de Temer pela Lava Jato.

De acordo com depoimentos e documentos dos delatores do grupo, esse pagamento era destinado a Temer e fazia parte de um acerto de R$ 15 milhões para o atual presidente. O caminho da suposta propina ainda é investigado pela Justiça. De qualquer forma, um dia após a entrega relatada pela JBS – portanto, dia 3 –, a Tabapuã Investimentos e Participações, empresa criada e controlada por Temer, concluiu em cartório a aquisição, por R$ 334 mil, do lote 11, da quadra 24, do condomínio Terras de São José II. Só essa propriedade ocupa 2.604 m².

Segundo o periódico, Temer também usou a Tabapuã para concluir a compra do lote 12, da quadra 24, com área equivalente a 2.092 m², por R$ 380 mil. Chama a atenção o fato de que, ao contrário da prática comum em escrituras do gênero, não foram discriminados nos registros como foram feitos os pagamentos pelos terrenos. O “El País” anexou, à matéria, cópias das escrituras.

A reportagem do “El País” procurou o presidente Michel Temer, que se limitou a informar que as aquisições dos terrenos em Itu foram financiadas com recursos próprios e declaradas em Imposto de Renda. À Justiça, o presidente nega ter recebido valores da JBS ou da Odebrecht como propina e acusa os delatores de inventar os depoimentos.

As propriedades no condomínio de luxo em Itu turbinam o já vultoso patrimônio imobiliário de Temer. O peemedebista é dono de 20 imóveis – alguns herdados da família. Duas salas comerciais e a casa onde mora em São Paulo, vale lembrar, foram transferidos para seu filho caçula, Michelzinho. Temer, no entanto, continua usufrutuário até que o herdeiro complete 30 anos.

O patrimônio chamou a atenção dos investigadores quando o doleiro Lúcio Funaro, considerado operador de propinas do PMDB, disse, em sua delação premiada, que Temer adquiriu imóveis para lavar dinheiro e esconder a origem ilícita de repasses de propina. Funaro chegou a dizer que Temer tinha um andar inteiro de um prédio comercial na Avenida Faria Lima, endereço mais caro para propriedades comerciais na capital paulista.

O “El País” aponta que trata-se do edifício Spazio Faria Lima, e que essa propriedade rende pouco mais de R$ 1 milhão de aluguel ao ano a Temer. O andar foi vendido pela incorporadora Yuny, controlada pela família do advogado José Yunes, velho amigo de Temer.

‘Compatível’

Renda. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência ressalta que a própria matéria do “El País” já aponta renda (do aluguel das salas) suficiente para Temer adquirir os imóveis.


 

 

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