Dallagnol não descarta disputar um cargo no futuro, mas diz que agora não é o momento
SÃO PAULO. A possibilidade cada vez menos improvável de que o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, abrace a carreira política, faz o cenário eleitoral do Paraná entrar em ebulição.
O Podemos, do senador Álvaro Dias, e a Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, têm, sutilmente, disputado o passe de uma das estrelas da operação.
Os primeiros sinais vieram do próprio Dallagnol. Em suas palestras, o procurador tem citado a necessidade da renovação política. Claro que o discurso tem levado a inevitável pergunta: “O senhor é candidato?” Dallagnol chegou a declarar que quatro partidos o haviam procurado – ele, no entanto, não revela os nomes. No mesmo evento, não descartou “servir em diferentes posições públicas ou privadas”.
As pesquisas, entretanto, não esperam o futuro chegar. O instituto Paraná Pesquisas perguntou ao eleitor do Estado em quem ele votaria para o Senado em 2018. Dallagnol apareceu com 29,6%; atrás de Roberto Requião, com 31,4%; na frente de Beto Richa (22,2%) e muito à frente de nomes tradicionais da política paranaense como o ex-prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), e a senadora Gleisi Hoffmann (PT). Como Requião deve ser candidato ao governo, o procurador teria chances no Senado.
O resultado da pesquisa teria aumentado a pressão dos partidos sobre Dallagnol. Pessoas próximas ao núcleo duro da Lava Jato garantem que mesmo entre os procuradores, existe um desejo de que algum integrante da força-tarefa se viabilize politicamente.