Além do frio, uma das marcas do inverno brasileiro é o tempo seco. De maio até o fim de setembro, a escassez de chuvas, a aridez do ambiente e a imprudência de uma parcela da população contribuem para incidência de queimadas. Em Itabira, onde os habitantes já sofrem com o ar carregado por causa da extração mineral, o cenário se agrava. Focos de incêndio em vegetações são facilmente percebidos em toda cidade.
O grande número de ocorrências tem dado trabalho ao 4º Pelotão do Corpo de Bombeiros, sediado em Itabira. Segundo o comandante da corporação, tenente Marlon Medeiros, a quantidade de ocorrências passa de uma por dia, especialmente em julho e agosto, quando o ar está ainda mais seco. Somente em julho, foram 36 atuações dos bombeiros em incêndios em vegetações. “O número de chamadas é grande e o nosso efetivo é pequeno. Às vezes temos duas ocorrências para atender ao mesmo tempo e precisamos dar preferência para aquela que oferece mais risco à população”, comenta.
O comandante deve fechar no início desta semana os números de agosto. Ele adianta que a quantidade de atendimentos deve superar julho. Outro levantamento que é realizado pelos bombeiros é de locais com maior incidência de queimadas. Esse dado permitirá à corporação realizar um trabalho mais direcionado em determinados bairros, com ações educativas e repressivas, se necessário.

Incêndios poluem ainda mais o ar de Itabira Foto: Rodrigo Andrade/DeFato
Autor da lei municipal que dispõe sobre a proibição de queimadas em Itabira, o vereador Rodrigo Diguerê (PV) articula um alinhamento entre o Corpo de Bombeiros e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano. “Algumas pessoas já nos procuraram, relatando que têm tentado contato com o setor de meio ambiente e não tem conseguido”, comentou o parlamentar.
A lei municipal estipula multa de 60 a 2,5 mil unidades padrões fiscais do município (UFPM) para quem for flagrado provocando incêndios em vegetações em Itabira. Os cidadãos infratores também são enquadrados dentro das punições estabelecidas pela Lei Ambiental 9.605/98.
Na semana passada, Diguerê se reuniu com o comandante dos bombeiros para falar sobre o tema. Eles, agora, buscam um encontro com a secretária Priscila Braga, responsável pela pasta de meio ambiente. “Estamos atentos para que a população tenha este canal de denúncia para coibir esse crime que prejudica o nosso meio ambiente e nosso ar”, disse o pevista.

Vereador Rodrigo Diguerê se reuniu com comando dos bombeiros para discutir medidas contra queimadas Foto: Divulgação
Flagrantes de incêndios criminosos podem ser feitos pelo telefone (31) 3839-2715. Já os bombeiros podem ser acionados pelo 193.