A notícia de que o Ministério Público e o Estado de Minas Gerais assinaram um termo de pactuação para construção de unidades de internação para menores em várias cidades repercutiu na Câmara de Itabira. O município é um dos que pode receber um dos centros socioeducativos, mas “disputa” a estrutura com João Monlevade e Guanhães, de acordo com divisão territorial elaborado pelas autoridades. O vereador Weverton Vetão (PSB) pediu união política para que a unidade não seja construída em uma das cidades vizinhas.
Nome de oposição ao governo Ronaldo Magalhães (PTB), Vetão disse que é momento de unir forças, independente de ser contra ou a favor da atual administração. O vereador foi à tribuna da Câmara e mostrou dados de ocorrências criminais que envolveram menores infratores em Itabira nos últimos dois anos. Segundo a Polícia Militar, entre 2015 e 2016, mais de mil crianças ou adolescentes participaram de crimes na cidade.
Ex-conselheiro tutelar, Vetão avalia que a rede de proteção não tem dado conta do trabalho em Itabira. De acordo com ele, falta estrutura e respaldo a órgãos como o Conselho Tutelar e o Comissariado de Menores. Ele cobrou políticas públicas voltadas à juventude, sobretudo nos bairros com maior índice de violência, e disse que o centro de internação é necessário porque “acabaria com o ar de impunidade que motiva os jovens criminosos”.
O acordo assinado entre MP e Governo do Estado garantirá 2.450 vagas destinadas à execução de medidas socioeducativas para adolescentes em todo território mineiro. A administração de Fernando Pimentel (PT) tem um ano para disponibilizar 18 áreas em várias faixas regionais, além de entregar os projetos arquitetônico e executivo das unidades. Itabira, João Monlevade e Guanhães estão no Território Metropolitano e uma das três receberá o centro de internação, que ficará responsável também pelos municípios vizinhos.
A luta por um centro de internação para menores é antiga em Itabira e se arrasta há anos sem solução. Até uma verba já chegou a ser destinada pelo Governo do Estado ao município para a obra, mas o avanço esbarrou na falta de um local adequado para acontecer. A Prefeitura apontou alguns espaços, que foram rejeitados pela equipe da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Recentemente, o Conselho Municipal de Segurança Pública (Consep) anunciou que devolveria o dinheiro a pedido do Estado, já que ele não foi utilizado.
“Com todo respeito a João Monlevade e a Guanhães, somos uma cidade com 117 mil habitantes, com um volume de crimes altíssimo envolvendo menores infratores. Não podemos perder esse centro de internação para outra cidade. É hora de mostrar força política e fazer e tudo para que essa unidade seja construída em Itabira”, conclamou Vetão.
Ainda durante a reunião, Vetão ouviu do vice-presidente da Casa, André Viana (PTN), que durante recente encontro com o Ministério Público, o prefeito Ronaldo Magalhães, já avisado que o acordo seria assinado com o Estado, se comprometeu a ajudar a equipe governo Pimentel até mesmo a encontrar uma boa área em Itabira. O líder do Executivo Municipal da Casa, Allaim Gomes (PDT), afirmou que essa é uma bandeira da atual administração e todo esforço necessário será empreendido.
