Itabira recebeu nessa quarta-feira, 28 de junho, a visita do secretário de estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, Miguel Corrêa da Silva Júnior. Ele esteve na cidade para apresentar os programas de empreendedorismo, inovação e tecnologia do Governo do Estado e firmar parcerias com a Prefeitura e o campus local da Unifei. A ideia é fazer de Itabira um centro de vanguarda nesta área, impulsionando a diversificação econômica.
O secretário apresentou projetos como o Meu Primeiro Negócio, o Inova Minas, O Startup Universitário e o Inova Pro, todos voltados para a inovação. A proposta é de que esses programas passem a ser desenvolvidos em Itabira e coloquem para funcionar as boas ideias de negócios que surjam na cidade. Também foram apresentadas as iniciativas para aceleração de startups, como o Seed (em inglês, Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development), primeiro projeto desse tipo bancado por um ente público.
“Se você tem uma ideia, o Estado tem as engrenagens necessárias para fazer desenvolver seu projeto e fazer a empresa crescer. As pessoas que tenham um projeto, mesmo que não esteja tão elaborado, podem vir para as nossas incubadoras. Elas fazem com que as ideias tenham maturidade, se transformem em um plano de negócios e ele já comece a ser executado ainda dentro do âmbito da incubadora”, comentou o secretário.
Miguel Corrêa participou de evento promovido pela Prefeitura de Itabira na noite dessa quarta-feira, na Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA). Mais cedo, esteve na Unifei, onde conversou com alunos. Também visitou o prefeito Ronaldo Magalhães (PTB) em seu gabinete, no Paço Municipal. Em todos os ambientes, a mesma missão: promover as ações de inovação.
Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Inovação e Turismo, José Don Carlos, a visita do representante do estado foi motivada pelos projetos já desenvolvidos em Itabira, como a própria Unifei, o evento anual Startup Weekend, o primeiro Coworking Público de Minas Gerais e a Uaitec. “Por isso, o estado vai trazer para a cidade uma aceleradora de startups. Ainda terá um projeto que envolve as escolas municipais e estaduais e, a partir de julho, já teremos dois agentes de inovação atuando no município”, disse Don Carlos.
O planejamento, segundo Miguel Corrêa, é de que já em agosto os programas comecem a ser desenvolvidos em Itabira. “A parte que cabe ao governo já está pronta, que é preparar o convênio. Agora, cabe ao município e à universidade preparar sua parte, que é fornecer o espaço”, informou o secretário, que ainda acrescentou as vantagens para os empreendedores que se aproveitam dos programas: “Você não paga aluguel, você não paga água, você não paga luz, você não paga internet e, se for selecionado, ainda recebe por isso, para desenvolver seu negócio. Depois disso, você devolve tudo para o Estado, gerando empregos, gerando renda e gerando impostos”.
Diversificação
Para o secretário de estado, apesar do tema inovação, Minas Gerais não pode fugir de suas raízes, que são mineração e agricultura. Questionado se é mais difícil empreender em um ambiente predominantemente monoeconômico, como é o caso de Itabira, por exemplo, ele afirmou que isso não pode ser um empecilho, mas um fator motivador.
“Não há como desenvolver e avançar sem saber quem a gente é. E nós somos Minas Gerais, Somos um estado, absolutamente, minerador. Temos também a agricultura. Então, mesmo os projetos que estamos apontando aqui, e falando de inovação, das cinco principais vertentes, duas são mineração e agricultura. É importante manter essa cadeia”, disse. “Agora, manter a dependência é o que não é interessante para o Estado. O que queremos é justamente reduzir o foco na mineração. No caso do agronegócio não, porque o mundo inteiro vai comer sempre, até o mundo acabar, então, temos algo a vender. Além dessas duas, as demais linhas são serviços, sistema financeiro e tecnologia”, completou.
Como exemplo de seu posicionamento, o secretário usou um tradicional item da gastronomia mineira. “Você faz um bom queijo? Se você faz isso, podemos te ensinar a exportar, a ampliar seu mercado consumidor. Vamos poder levar essa pessoa até a escalabilidade que uma startup necessita, que é disponibilizar seu produto em qualquer lugar”, afirmou.