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NEM CORTÁZAR, NEM BORGES
24/10/2024

 
Quando pensa que não, loucura entre as 
loucuras: Clube Atlético Mineiro. Fantástico!
A fita branca nas madeixas do índio do Colo-Colo, Monumental de Nuñez, Sucre, os Cáceres do Paraguai, The Strongest, Guayaquil, Montevidéu, Potosí, chá de coca, o amarelo e preto nos panos do Peñarol, ar rarefeito, Quetzalcoatl. Aqueles tubos de oxigênio à beira do campo nos 3.600 metros de altitude de La Paz. Aflitas cafungadas, emergenciais, aliviadoras. 
 
Zagueiros argentinos dispostos a tatuar no pescoço do adversário a marca da Nike, cabinho de guarda-chuva na sola das chuteiras. A cobertura formada por escudos da polícia para proteger o visitante em cobrança de escanteio. Já jogaram em campo bolo de aniversário, canastra, porta de geladeira, vara de pescar, vaso sanitário e livro de Gabriel García Márquez.
 
Cartéis. 
 
Estádios com refletores vintage, iluminação de jantar à luz de velas. Campos com capinzal anexo: vacas e bezerros pastando próximo a um dos gols. Árbitro apitando sem camisa, trajando calça jeans e chinelo de dedo Havaianas. Realismo mágico. As pedras que voam no Defensores del Chaco. Vestiários recém-pintados para receber oponentes. Cortesia? Não, tática para intoxicação.
 
Jorge Luis Borges, Julio Cortázar, Murilo Rubião, Augusto Roa Bastos, Horacio Quiroga. Na Copa Libertadores, portões caminham, postes conversam, cavalo voa, a bola sofre, sorri e chora.   
 
Em campo, bebê de meses, nos braços do pai goleiro, minutos antes de começar a partida: confusão de fumaça e mil demônios, papel picado, sinalizadores de navio e foguetório. Ele sorri, o povo aplaude, o fotógrafo registra, a criança tosse e treme. 
 
O espectro na arquibancada do estádio Hernando Siles, construído sobre cemitério. Claro, era fantasma mesmo. O objeto que sobrevoou o estádio Nuevo Gasômetro, após jogo do Botafogo. Claro, era disco voador mesmo. Tudo acontece com o... San Lorenzo de Almagro. 
 
Assombrações e ETs são bem-vindos, não o Demônio Racista de Huancayo, aquele que cuspiu cacos de vidro no brasileiro Tinga, no Peru, em jogo do Cruzeiro noticiado pelo repórter itabirano Rodrigo Franco. 
 
A delícia de ver times de São Paulo desclassificados – idem para cariocas. Quinta gloriosa, ontem à noite os católicos da universidade abateram um urubu no Apoquindo, contíguo aos Andes. 
 
Domingo é dia de descanso, não foi feito para trabalhar: bíblico mandamento. A certeza de que 31 dos 32 disputantes vão se estropiar. Apenas um será glorificado, mas até alcançar o céu passará por tanta provação que se perguntará: esse triunfo compensou tamanho tormento? Vitória de Pirro. 
 
Por São Victor da Meta Intransponível, quem merece o terror de um pênalti – fatal, se convertido – aos 48 do segundo tempo? Três pênaltis perdidos por um mesmo jogador num mesmo jogo.  
 
Loucura pouca? Em 1998, chamaram o México, país corajoso o suficiente para morar ao lado dos Estados Unidos. Por falar em Tio Sam, cogita-se convidar os times da Major League Soccer para a festa dos libertadores. 
 
Bem-vindo à festa, Abraham Lincoln, sente-se à mesa com Simón Bolívar, Bernardo O’Higgins, Antônio de Sucre e, entre outros, os Josés Bonifácio, Artigas e de San Martin.
 
Barcelona, Bayern, Milan, Chelsea, Real Madrid, Juventus, condenados a jamais provarem dessa iguaria. Espelho da esculhambação que infelicita este continente; também do que dizem termos de melhor: pasión.
 
Quando pensa que não, loucura entre as loucuras: Clube Atlético Mineiro. Fantástico!
 
 
O TREM
 
Imagem incorporada
 
 
 

 

 

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