O mais importante na política itabirana hoje é, de um lado, Marco Lage prefeitar bem e resolver a batelada de problemas que atormentam o povo, no que tem a minha torcida; e, de outro, a pessoa que será o chefe dele nessa empreitada, que irá fiscalizá-lo, cobrá-lo e lhe dar severos puxavões na orelha quando errar. Maravilhosa oportunidade na política local: está vago um cargo tão relevante quanto o do prefeito reeleito, o de ser seu opositor.
Marco está com a chave de um cofre bilionário na mão e por causa dessa dinheirama vai mandar em todo itabirano que não conquistou o bem mais precioso da vida: liberdade. Virou imperador, mas um imperador limitado, que pode ter chefe. Ao se reeleger, ele não ganhou um direito acima do povo, assumiu um imenso dever abaixo de todos os itabiranos. Se alguém souber se apresentar, torna-se imediatamente seu antagonista. Está desocupado simplesmente isto: o cargo de chefe do imperador do Mato Dentro.
Tentador, mas exige um conjunto raro de requisitos. O candidato precisa ser livre, não depender de nada na prefeitura, no campo pessoal; ter inteligência, coragem e, se possível, charme, humor e categoria literária. Quem? Difícil achar, mas seria estupendo para a cidade. Oposição decente é fundamental, seria muito benéfica a Itabira — e até ao próprio Marco. Não pode é ser aquela oposição baranga que aí estava, toda guilhotinada na urna.
Marco será imperador de Itabira só por dois anos, pois é inelegível para 2028 — nem menino do picolé Pinguim presta atenção em político inelegível na reta final de mandato. Como é rival dos pavões — só se move ao brilho de câmera, bateria de iPhone é seu segundo sangue —, terá dificuldade em repartir flashes com quem escolher como seu sucessor. O político que absorverá toda a luz da máquina pública nos próximos 4 anos não poderá ser o próximo prefeito, e a Câmara de Vereadores será puxadinho da prefeitura, nada sairá dali. Oportunidade fantástica para um opositor.
O Sine Itabira informa: há vaga para chefe do imperador do Mato Dentro.
O TREM.
