Prometida pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a correção da faixa de isenção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para R$ 5 mil virou tema tabu nas negociações da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de Transição.
A PEC deixaria as promessas de campanha de Lula fora do teto de gastos (regra que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior).
Os integrantes da equipe de transição de Lula, que participaram na quinta-feira (3) da primeira reunião de transição no Congresso Nacional, evitaram discutir o tema, dizendo que o assunto será tratado depois — podendo inclusive ficar para 2023, já com o presidente eleito na cadeira presidencial.
“Não tratamos da tabela do Imposto de Renda“, disse o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que participou da reunião da equipe de transição com o relator do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI). “Isso não dá tempo [para negociar agora]”, afirmou o deputado Enio Verri (PT-PR), que comanda a bancada do PT na Comissão Mista de Orçamento (CMO).
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Parlamentares do Centrão tentam articular a votação de projeto que corrige a faixa de isenção para R$ 5,2 mil de uma única vez, enquanto a estratégia do PT é fazer o ajuste da tabela ao longo do tempo, para poder implementar outras medidas alternativas, como a desoneração da folha de pagamentos (corte dos encargos cobrados sobre os salários dos funcionários) junto com uma reforma ampla do IR.