AS Notícias Online
HOME POLÍCIA POLÍTICA ESPORTE GERAL EVENTOS EMPREGOS AGENDA VÍDEOS CONTATO

POLITÍCA
Atuação política de Janja motiva ataques misóginos da imprensa
16/11/2022

Casada com Lula desde maio deste ano, Janja teve importante atuação na campanha, e vem recebendo críticas por isso

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
 
Janja está presente em momentos importantes da trajetória de Lula desde sua saída da prisão, em novembro de 2019 - Ricardo Stuckert

O nome da futura primeira-dama Rosângela Lula da Silva, mais conhecida pelo apelido Janja, tem sido assunto frequente nas redes sociais do país nos últimos quatro dias. O motivo é a série de ataques misóginos que, desde sábado (12), a socióloga vem recebendo de veículos empresariais de comunicação e de seus comentaristas.

O primeiro ataque veio da jornalista Eliane Cantanhêde, comentarista política e colunista. Na sexta-feira (11), no programa Em Pauta, da GloboNews, Cantanhêde afirmou que existe um "incômodo" com a participação política de Janja. O comentário, no entanto, não informou quem estaria incomodado com a atuação da primeira-dama.

"O presidente é o Lula. Tudo tem limite, tudo o que excede pode dar problema. E há um incômodo com o excesso de espaço que a Janja vem ocupando. Ontem (10), por exemplo, quando o Lula fez aquele discurso em que ele chorou quando falou da fome, (...) ela estava ali sentada. Mas ela não é presidente do PT, ela não é líder política, ela não é presidente de partido, enfim, por que ela estava ali? Qual é o papel da primeira-dama?", questionou a jornalista.

:: Lula chora em evento com parlamentares: "jamais esperava que a fome voltasse neste país" ::

Em seguida, ela enumerou as mulheres que estiveram nesse papel desde a ditadura militar, para concluir que Ruth Cardoso, mulher do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) (1994 a 2002), foi a primeira-dama exemplar. "Acho que um bom exemplo de primeira-dama foi a Ruth Cardoso, que, como a Janja, tinha brilho próprio, era uma professora universitária, uma mulher super respeitada na área dela e cuidou da Comunidade Solidária. Mas ela não tinha protagonismo, ela não tinha voz nas decisões políticas. Se tinha, era a quatro chaves, dentro do quarto do casal", disse a comentarista.

Por fim, Cantanhêde fez um exercício de futurologia sobre a atuação de Janja no governo Lula. "Ou seja, já incomoda sim, porque ela vai começar a participar de reunião, já vai dar palpite e daqui a pouco ela vai dizer 'Ah, esse pode ser ministro, esse aqui não pode'. Isso dá confusão".

No mesmo programa, o jornalista André Trigueiro chegou a defender Janja dos comentários de Cantanhêde. "Acho importante demolir esse termo. (...) Eu acho que a gente tem que reinventar palavras e expectativas em relação ao papel da mulher do homem mais poderoso do Brasil. Já ficou muito claro que, nesse governo, não será propriamente alguém que vai cumprir o papel de dona de casa subserviente ao marido", disse.

Mas o estrago já estava feito. A repercussão nas redes sociais ao longo dos dias seguintes foi intensa. 

 


 

 

E-mail: contato@regionaldigital.com.br

REGIONAL DIGITAL 2025. Todos os Direitos Reservados.
REGIONAL DIGITAL
INFORMAÇÃO DE QUALIDADE!
Desenvolvedor: SITE OURO