O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu, na manhã desta terça-feira (2), uma nova denúncia contra o ex-ministro José Dirceu no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo os procuradores, ele recebeu propina antes, durante e depois do julgamento do mensalão. Essa é a terceira denúncia da Lava Jato contra o ex-ministro no Paraná.
O MPF também denunciou outras quatro pessoas pela lavagem de cerca de R$ 2,4 milhões: o irmão do ex-ministro, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva; o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto; o ex-executivo da Engevix Gerson de Melo Almada, e o ex-executivo da UTC Walmir Pinheiro Santana.
As outras duas denúncias resultaram em condenações que somam mais de 32 anos de prisão. Dirceu, assim como Vaccari, está preso no Complexo Médico-Penal (CMP) de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
A atual acusação envolve recebimento de recursos espúrios das empreiteiras Engevix e UTC. "Os dois casos tratados na denúncia revelam que a lavagem de capitais realizada por José Dirceu visou arcar com serviços específicos em seu benefício e gerar dinheiro para seu uso pessoal.
Os pagamentos espúrios só cessaram efetivamente com a prisão do ex-executivo da UTC, Ricardo Pessoa, o qual veio mais tarde a celebrar acordo de colaboração com o Ministério Público Federal, no âmbito do qual revelou os pagamentos ilícitos efetuados ao ex-ministro", disse o MPF.
Propina para limpar a imagem
De acordo com o MPF, Dirceu recebeu mais de R$ 2,4 milhões entre 2011 e 2014 da Engevix e da UTC a partir de contratos com a Petrobras – R$ 900 mil partiram da primeira empresa e foram usados para arcar com custos de assessoria de imprensa para o ex-ministro.