Minas Gerais registra falta de 171.246 doses da vacina contra Covid-19 da Astrazeneca para completar o esquema vacinal de pessoas adultas em 93 municípios. Dentre as cidades, está Belo Horizonte que, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), tem carência de 18.020 doses da vacina de Oxford para segundas aplicações na capital.

A gestão de Romeu Zema (Novo) informa que “enviou para todos os municípios um formulário para que os gestores pudessem manifestar a necessidade da vacina contra a Covid-19 do laboratório da Astrazeneca”. Com isso, 711 das 853 cidades manifestaram à pasta que precisavam de certo quantitativo do imunizante para as campanhas de vacinação – o que, somado, resulta em 411.571 vacinas.

A SES afirma que solicitou ao Ministério da Saúde todas as doses extras necessárias para atender os municípios que se manifestaram ao Estado. Todavia, apenas 618 foram “integralmente atendidos por parte do 62º lote de imunizantes”. 

O governo federal encaminhou 240.325 ao Estado no último 28 de outubro, que distribuiu doses a todas as 711 cidades que as requisitaram, mas não conseguiu suprir a demanda total. Com isso, 93 cidades, cujo quantitativo de doses representa 41,6% do requerido ao governo do Estado, não foram totalmente atendidas até esta terça-feira (9). 

As mais afetadas são: Juiz de Fora, na Zona da Mata, que precisa de 20.539; Montes Claros, no Norte do Estado, onde falta 19.610; a capital, que necessita de 18.020; Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, com carência de 16.870; e Uberaba, no Triângulo Mineiro, em que há exiguidade de 15.234.

Em resposta à falta de doses, a SES diz que “aguarda o recebimento de mais 171.246 doses de Astrazeneca, quantitativo suficiente para suprir a necessidade por D2 (segunda dose) dos 93 municípios restantes”. 

A secretaria insiste que o repasse das doses necessárias deve vir do Ministério da Saúde e que disponibiliza “imediatamente” os imunizantes quando pousam em território mineiro. 

“A cada envio de remessas, o Estado orienta os municípios sobre quais públicos devem ser imunizados, para garantir que toda a população complete o esquema vacinal em tempo oportuno”, completa o texto.

A reportagem tentou contato com as prefeituras das cinco cidades mais afetadas, ora por telefone, ora e-mail, mas não obteve retorno de quatro delas até a publicação deste texto. Apenas Belo Horizonte (veja abaixo) se manifestou.

Por telefone, um assessor da SES informou que o critério usado para decidir quais cidades receberiam o quantitativo de doses da 62ª remessa foi de “que todas recebessem alguma quantia” de vacinas.