Chegada de Rodrigo Pacheco traz expectativa ao PSD mineiro
01/11/2021
Kassab falou publicamente durante filiação de preferência por candidatura de Rodrigo Pacheco ao Palácio do Planalto
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
A filiação do senador Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso Nacional, ao PSD aumentou a expectativa da bancada do partido por bons resultados nas urnas em 2022. Pela primeira vez, os três representantes do Estado no Senado estão na mesma legenda, e Pacheco terá destaque no palanque nacional da próxima eleição. No entanto, os arranjos internos do partido para formação da chapa em Minas seguem indefinidos, com mais pretendentes para as candidaturas ao governo e ao Senado do que vagas disponíveis. Lideranças do PSD preferem deixar as decisões eleitorais para o próximo ano, mas já enfrentam dilemas internos.
Um dos maiores desafios da sigla em Minas será acomodar as pretensões de dois nomes de peso no Estado. Tanto o prefeito de BH, Alexandre Kalil, quanto o senador Carlos Viana já demonstraram interesse em disputar o comando do Palácio Tiradentes, e ambos deram início às articulações políticas. Kalil tem sido apontado como favorito pelas lideranças nacionais do PSD, mas Viana já ameaçou publicamente deixar o partido para também ter seu nome na disputa. “Desejo concorrer e vai depender do PSD. Se no PSD tiver espaço, concorro pelo PSD. Se não tiver, busco outra legenda”, afirmou o senador no mês passado.
Fortalecimento
A filiação de Pacheco na sigla é apontada pelo presidente do PSD em Minas, Alexandre Silveira, como forma de reforçar a conciliação interna e evitar rupturas. “O trabalho é pela unidade partidária, e a chegada de Rodrigo Pacheco reforça esse chamamento das lideranças mineiras para um momento polarizado da política brasileira”, avalia Silveira. Ele diz que as indicações para as candidaturas ainda precisam ser discutidas: “Falar que o prefeito Kalil é candidato, que Pacheco é candidato, ainda é tudo suposição. O momento é de fortalecimento partidário. Qual posição cada um terá?”.
Procurado pela reportagem, Carlos Viana informou que não iria se posicionar sobre a chegada de Pacheco ao PSD. Ele, porém, esteve presente na cerimônia de filiação, na quarta-feira (27), e comemorou o crescimento da legenda no país, com elogios ao recém-chegado.
O prefeito Kalil também esteve na cerimônia de filiação de Pacheco, em Brasília, mas não discursou no evento. Procurado pela reportagem para comentar como a chegada do presidente do Senado influencia as articulações da legenda no Estado, ele não quis comentar.
Discurso
A um ano da eleição, o discurso bem ensaiado no PSD mineiro é deixar para o início do próximo ano as confirmações sobre quem serão os candidatos da legenda. O próprio senador Rodrigo Pacheco, em seu discurso no ato de filiação, descartou se lançar como candidato à presidência da República. “Jamais permitirei que na minha realidade como senador, como presidente do Senado, que eu antecipe qualquer tipo de discussão de ordem político eleitoral”, afirmou. Ele no entanto, foi contrariado pelo presidente da sigla, Gilberto Kassab, que afirmou que “Pacheco será o candidato do PSD à Presidência”.
Para o senador Antonio Anastasia – que se filiou ao PSD em fevereiro do ano passado –, o partido já deixou clara sua intenção de lançar um nome que representasse uma terceira via às candidaturas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): “O Rodrigo consegue dar forma a esse nosso desejo de oferecer ao Brasil uma alternativa viável, alguém com responsabilidade, equilíbrio, bom senso, capacidade técnica e política para agregar pessoas que estão preocupadas com o futuro do Brasil”.
O senador é o único da bancada mineira que tem seu mandato encerrado em 2022 e já manifestou intenção de tentar a reeleição. Anastasia é um dos defensores da candidatura do prefeito Kalil no Estado e de Pacheco ao Planalto, mas ressalta que as escolhas serão feitas posteriormente. “No momento apropriado, as principais lideranças, ouvindo os filiados, as lideranças regionais e os locais, prefeitos e vereadores do partido, tomarão as decisões sobre a posição que adotaremos e os candidatos a serem lançados”, reforçou.
Protagonismo
Para o líder da bancada mineira na Câmara, deputado Diego Andrade, a filiação de Rodrigo Pacheco traz um peso maior para o PSD e garante que o partido terá um papel de protagonista nas discussões de 2022: “(Pacheco) é um nome de peso, muito habilidoso politicamente e que veio para somar ao time. Mas não existem ainda definições sobre a chapa de 2022, isso só começa a ser feito a partir do ano que vem”.
Questionado sobre as declarações de Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, que já “lançou” Pacheco como candidato, Andrade diz que não é hora dessa definição. “A posição do Kassab é do Kassab. Não temos nada definido no partido. Pacheco vem trabalhando muito por Minas e conseguiu, junto com nossa bancada, avançar com várias pautas”, disse.
Cacife
O presidente do PSD no Estado, Alexandre Silveira, aponta ainda que a sigla vem se consolidando nas últimas eleições como a principal força política de Minas, por isso se cacifou agora a ter uma voz mais forte nacionalmente.
Bancada
“Temos, pela primeira vez na história, os três senadores da República que representam o Estado no mesmo partido. Temos dez deputados, sete estaduais e três federais, mais o prefeito da capital, que se reelegeu com 62% dos votos e, de forma legítima, tem seu nome aventado para o governo. Então, vamos buscar a convergência, que pode ultrapassar as fronteiras de Minas”, avaliou Silveira.
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