Com 63 anos, o deputado estadual Professor Irineu (PSL) furou a fila da vacinação contra Covid-19 em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, nessa quarta-feira (14). Por ora, a cidade vacina pessoas acima dos 65 anos e profissionais de saúde, portanto o político não poderia se imunizar. A própria equipe do deputado confirmou que ele foi vacinado. A Prefeitura de Betim instaurou sindicância para apurar o caso e manterá um fiscal da Ouvidoria de Saúde no posto onde a aplicação da dose ocorreu para investigar o caso até a próxima quinta-feira (22). O Executivo municipal informou ainda, por nota, que "as medidas cabíveis serão tomadas com o máximo rigor".

Segundo a equipe do deputado, ele tem uma residência na zona rural do município, porém o endereço não consta na sua prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quando foi candidato à Prefeitura de Contagem, em 2020. Na lista, que inclui sete propriedades imobiliárias e terrenos, não há qualquer endereço em Betim. A reportagem perguntou à equipe do deputado ao que isso se deve e aguarda retorno.

A CPI dos fura-filas, instaurada na ALMG, não recebeu formalmente denúncia sobre o caso até a manhã desta quinta-feira (15), de acordo com o deputado estadual João Vitor Xavier (Cidadania), que está à frente da comissão. A Ouvidoria Geral do Estado informa que as denúncias que recebe são sigilosas, portanto não pôde confirmar se o caso chegou até ela. A pasta informou que, até então, recebeu 1.618 relatos sobre supostos “fura-filas” em Minas Gerais. 

Histórico

Professor Irineu foi vereador em Contagem durante três mandatos, e assumiu o cargo de deputado na Assembleia Legislativa em 2019. Com formação em matemática e atuação como professor em Contagem, ele tem defendido, em suas redes sociais e na ALMG, a inclusão dos educadores na fila prioritária da vacinação em Minas Gerais.

Sindicância

A assessoria de imprensa da Prefeitura de Betim informou, por meio de nota, que tomou conhecimento do suposto caso de vacinação indevida, nesta quinta-feira (15), e que, diante disso, abriu uma sindicância para apurar a denúncia.

O resultado será divulgado no próximo dia 22 de abril. Ao mesmo tempo, o município declarou que designou um servidor da Ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde para acompanhar o caso, in loco, na unidade de saúde que estaria envolvida.

Assim que houver um parecer sobre a sindicância e, caso seja provado que houve irregularidade na vacinação ocorrida na UBS Vila Cristina, a prefeitura adiantou que tomará todas as medidas cabíveis, como afastar os supostos servidores envolvidos, e aplicar outras sanções administrativas e até criminais, caso seja necessário.