Leitor enviou aO TREM um vídeo de uma obra de correção de asfalto na avenida Mariana, no bairro Jardim das Oliveiras, que para merecer o carimbo de porcaria precisa melhorar 500%. Remendos feitos pela empresa Vale Verde estouraram com uma semana, não em um ou dois pontos, em muitos. O vídeo mostra consertos recentes arrebentados, com lixo e água de chuva. Parece que jogaram borra de café nos buracos, cuspiram e pisaram em cima, só.

 

Pelo reservado da rede Facebook, mandei as imagens ao secretário municipal de Obras, Transporte e Trânsito, José Maciel Duarte de Paiva. Como não o conheço e estou acostumado com Itabira, pensei: fugirá das perguntas, bloqueará O TREM, dirá internamente que o jornal está perseguindo o governo e passará a falar mal do editor até em corredores de supermercado. É a praxe itabirana.

 

Que nada! José Maciel de Paiva respondeu com celeridade, concordou com a indignação do leitor que enviou o vídeo ao jornal e informou que verificaria in loco e daria retorno. “Adianto que não damos aceite a serviços mal executados, não os medimos e nem pagamos, até que sejam devidamente corrigidos ou refeitos”.

 

No dia seguinte, retornou: “Apuramos com mais detalhes o assunto. Os consertos estavam em fase preliminar quando ocorreram chuvas pesadas. A contratada fará o serviço novamente e, é claro, sem novos custos para o município”.

 

O TREM pediu ao leitor da avenida Mariana para acompanhar o serviço e manter o jornal informado, até que tenha lá um asfalto bem feito e durável.

 

Esse comportamento do secretário de Obras não merece elogio porque ele cumpriu uma obrigação, fez o correto, mas merece citação como um dos sinais mais fortes, até o momento, de que houve mudança para melhor no governo municipal.

 

É assim que deve ser: jornalista pergunta, homem público responde. A transparência é um dever de quem ocupa cargo público — dever, não é opcional. Repetindo: dever. Ademais, quem se garante não foge de indagações, não corre de jornalista.

 

O leitor mais arguto talvez pense: “Mas, Marcos, esse é um caso simples. Temos de testar o secretário de Obras em coisas mais profundas e graves”. Surgindo fatos, testaremos.

 

O TREM ITABIRANO.