O próximo prefeito de Contagem terá como uma das missões administrar o Orçamento possivelmente impactado pela pandemia sem abrir mão da prestação dos serviços à população. Até agosto, a prefeitura arrecadou R$ 1,4 bilhão dos R$ 2,4 bilhões projetados, e a despesa estava superior à receita em R$ 1,6 bilhão. Os dados são do Portal da Transparência de Minas. A reportagem questionou a prefeitura sobre o efeito da pandemia em suas contas, mas o município informou que não conseguiria responder até a noite de ontem.

A estratégia do candidato Coronel Fiuza (PTC), se eleito, é agir para aquecer a economia reduzindo impostos, de forma que o número de empresas na cidade aumente e, como consequência, a arrecadação de tributos seja maior. “É necessário dar incentivo ao comércio e à indústria já estabelecidos em Contagem, como redução de impostos, acabar com a taxa de placas e desburocratizar para que mais empreendimentos cheguem aqui. Isso vai gerar mais emprego e mais renda. É melhor ter dois pagando sete que um pagando 12”, explica o militar.

Coronel Fiuza defende ainda que a corrupção é uma das fontes do desequilíbrio fiscal. “Contagem sempre esteve entre as três maiores arrecadações de Minas. O problema não é a falta de dinheiro, mas a má gestão e a corrupção”, declara o coronel da reserva. 

Crescimento

“Quanto mais cresce, mais arrecada”. Esta é a frase de Marília Campos (PT) para definir uma das formas de equilibrar o Orçamento em um possível terceiro mandato na cidade. Para isso, ela pretende reduzir alíquotas. “Temos que corrigir o abuso do IPTU residencial e as taxas de publicidade. Então, meu compromisso com o cidadão é reduzir alíquotas. Não é isentar, é reduzir. Obedecendo inclusive à legislação, que estabelece que você deve compensar quando reduz”, explica a deputada estadual. 

Outra forma de fazer Contagem fechar no azul se refere ao funcionamento da máquina pública. “Reduzir despesa significa uma reestruturação administrativa com enxugamento do custeio”. Isso seria feito, segundo ela, sem prejuízo à prestação de serviços. “Não tenho o retrato de quanto custa cada contrato, mas não queremos prejudicar as políticas públicas, mas fazer mais com menos”, conclui. 

Alfredo (Patriota) planeja uma auditoria para promover cortes em cargos e secretarias. “Quero enxugar a máquina. Muitos cargos comissionados ganham altíssimos salários. E quero diminuir umas três secretarias”, revela. Sobre quais pastas acabariam, ele quer avaliar o custo-benefício de cada. “Venci sendo um bom gestor e vou levar um pouco da iniciativa privada para a vida pública”. 

Em 2019, Contagem destinou 46,38% do Orçamento para pagar servidores. O limite, segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, é de 60%. 

Conselho popular

O programador Sebastião (PCO) quer criar conselhos populares para definir o Orçamento. “Hoje a prefeitura é uma testa de ferro dos empresários”. A mesma ideia está no plano de governo de Alvear Saraiva (Cidadania). Ivayr Soalheiro (PDT) fala em equilibrar a tributação conforme a capacidade de cada um. Márcio Bernardino (Novo) quer cortar quatro secretarias. Enxugar a máquina também é o foco de Felipe Saliba (DEM): ele vai rever gratificações e cargos comissionados. 

Kaká Menezes (Rede) quer parcerias, emendas e editais por recursos. Wellington Silveira (PL) vai renegociar dívidas e cortar cargos comissionados. Lindomar Gomes (PMN) propõe fiscalização contra a sonegação, mesmo plano de Maria Lúcia Guedes (PV). Rosa e Stella (PSOL) e Dulce (PMB) não divulgaram propostas.

O candidato pelo Republicanos, Dr. Wellington, foi procurado, assim como sua assessoria de imprensa, mas não quis conceder entrevista.

Critério 

Como informado aos leitores antes do início da campanha eleitoral, serão sempre priorizados com maior espaço na cobertura de O TEMPO os quatro candidatos à prefeitura mais bem-colocados 
na pesquisa DataTempo/Quaest.