Conheça o maior ferro-velho da região: Itaurb Empresa de desenvolvimento de itabira.
Conheça o maior ferro-velho da região: Itaurb Empresa de desenvolvimento de itabira.
Itabira, Minas Gerais, Brasil, berço da Vale S. A., localizada na região Centro-Leste de
Minas Gerais, a 100 quilômetros da Capital, Belo Horizonte, não será mais cidade
mineradora a partir de janeiro de 2028. Pelo menos este é um dos anúncios mais confiáveis
que deixou claro para todo o Brasil a ex-Companhia Vale do Rio Doce.
A cidade se notabiliza ainda não só pela presença da Vale mas, principalmente, por ser
terra natal do maior poeta brasileiro de todos os tempos, Carlos Drummond de Andrade.
Vamos à descoberta desta reportagem: Itabira tem o maior ferro-velho da região. A
Empresa de Desentolvimento de Itabira Itaurb é a dona deste “patrimônio”, transformado
em sucatas ao longo dos anos, principalmente a partir de 2017, na administração de
Ronaldo Lage Magalhães. Ronaldo, hoje prefeito de Itabira, tem mais méritos nesta causa:
presidiu a Itaurb durante quatro anos, de 1993 a 1996.
A transformação da Itaurb em empresa que antes recolhia o lixo, construía obras para o
município e zelava pelo aterro sanitário em simplesmente um amontoado de ferros velhos
está cumprindo planejamento determinado exatamente nestes últimos anos. Hoje, em dois
locais de seu comando — Bairro São Cristóvão (onde era a Auto Castro) e Areão — a
Itaurb gerencia o seu grande ferro-velho que, por si só, por existir simplesmente, demonstra
como está se processando a privatização da ex-grande empresa itabirana, a ex-famosa
Itaurb, que já abocanhou dezenas de prêmios nacionais de eficiência e dedicação ao meio
ambiente. Hoje já é uma vergonha municipal e será, evidentemente, nacional.
O QUE TEM NO FERRO-VELHO?
Não há o mínimo sinal de reformas de equipamentos, conforme anunciado pela direção da
Itaurb em entrevista concedida à CBC TV, na semana passada. Pelo contrário, um
amontoado de sucatas de máquinas, equipamentos caríssimos, pedaços de caminhonetes,
caminhões, e até veículos leves estão para serem vistos nos bairros São Cristóvão e Areão,
expostos ao abandono e negligência administrativa.
A reportagem esteve nos locais, pediu informações aos “tomadores de conta”, que disseram
simplesmente “não sei”. E fotografou as máquinas, algumas caríssimas (como um trator de
esteira), carros próprios para passear, outros para trabalhar mesmo (Uno, D20, pá-
carregadeira, Chevette, caminhões do cata-lixo e os antigamente famosos do recolhimento
reciclável).
ESTRATÉGIA DE “GENTE INTELIGENTE”
Cadê os vereadores de Itabira para darem informações pelo menos, já que são “proibidos”
de fiscalizar o Poder Executivo? Compareça a uma reunião da Câmara Municipal e você
não ouvirá referência alguma aos graves problemas que atingem em cheio o povo
itabirano, já que a Itaurb lhe pertence.
As pessoas pensam que a Itaurb está recolhendo o nosso lixo e destinando-o
convenientemente para tratamento e proteção dos mananciais, cuidando de evitar que o
chorume atinja as nascentes e até as redes de água. Mas todas estão simplesmente
enganadas.
A população continua separando o lixo reciclável do orgânico e, temerosamente, o
hospitalar, para azedar de vez a preocupante questão. Faz tudo isso perdendo tempo porque
todas as imundícies estão sendo misturadas e transformadas num verdadeiro lixão,
horripilante, de milhões de toneladas empilhadas diariamente.
A estratégia — terceirização de todos os serviços e sucateamento de máquinas,
equipamentos, veículos — faz parte do plano declaradamente explícito em palavras, atos e
até mesmo em tentativas de enganação, bem ao estilo de pessoas de “inteligência avançada
para o mal”.
Um só dono comanda tudo e este dono não é mais a Prefeitura, nem o povo de Itabira. O
proprietário de verdade se divide em dois, até quando pudemos apurar: a Engeforte
Engenharia, Construções e Terraplenagens Ltda. e a Construtora Hura Ltda. Essas empresas
cuidam de varrer, capinar, catas, transportar e administrar o pseudoaterro sanitário.
Pergunta o cidadão: “E a Itaurb, o que faz?” A resposta é automaticamente clara a quem
sabe de tudo: “Infelizmente, não mais existe, é uma página virada na história itabirana”.
E preparem-se para o som da bomba, que já deveria ter sido explodida na — Ministério
Público Estadual (MPE) e Tribunal de Justiça do Estado (TJE) — já que não consegue
mexer com os brios (existe isto?) dos 17 vereadores de Itabira: a Construtora Hura Ltda.
está sendo remunerada por recursos do Codiv-19, verba federal criada para atender
problemas de saúde pública. Desvio claro e criminoso, está escancarada a verdade.
E ainda: a Prefeitura de Itabira junta o inútil ao desagradável: faz sucata da empresa de 35
anos de existência; facilita operações futuras para privatização em conta-gotas; desvaloriza
o seu patrimônio para “amigos”, que já se apossaram de uma parte substancial do bolo,
assumirem definitivamente o controle total e resolve o problema eleitoral, porque a tal
bomba só vai explodir para os cegos conveniente depois das eleições de 15 de novembro
próximo.
Com a palavra quem por ventura tenha vergonha na cara!