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Coronavírus em BH: moradores em situação de rua recebem lanches do McDonald's
29/05/2020

Prefeitura antecipou horário de entrada em alguns abrigos, que mantêm isolamento social mínimo

Por QUEILA ARIADNE | CLÁUDIA DUARTE
28/05/20 - 03h01
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Entre as 6h e 7h de terça-feira, os termômetros chegaram a marcar 9°C em algumas regiões de Belo Horizonte. Nesse mesmo horário, quando a cidade registrava o recorde de dia mais frio do ano na capital, cerca de 250 pessoas em situação de rua deixavam o albergue Tia Branca, no bairro Floresta, na região Leste. É o horário em que eles precisam deixar o local onde passaram a noite.

“A gente entra às 17h30, toma banho, janta, pode assistir TV. Aí a gente dorme. Quando dá 6h, eles começam a acordar a gente para ir para a rua, mas a gente toma café da manhã”, conta Daniel Alves da Silva, de 33 anos, em situação de rua há quatro anos. Para garantir uma vaga no albergue, os moradores de rua organizaram um sistema que, segundo eles, quase nunca dá confusão. “A gente coloca uma coisa nossa para marcar o lugar”, explica Daniel, que sai todos os dias para vender balas e procurar emprego.

 
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O Tia Branca tem 400 vagas, mas, por medidas de segurança contra a disseminação do novo coronavírus, não usa todas. Cerca de cem idosos foram realocados para reduzir a ocupação do local, atualmente de 65%, segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania (Smasac). Manter um isolamento social mínimo nos abrigos municipais é mais um desafio em tempos de frio, pois a procura por um lugar quente para passar a noite tende a aumentar.

“Já aconteceu de eu chegar aqui (no albergue Tia Branca) e precisar ficar do lado de fora, o que é muito ruim, por causa do frio”, conta Israel Cota, de 22 anos. O jovem mora nas ruas há sete meses, desde que perdeu o emprego em um supermercado e não conseguiu mais dinheiro para pagar aluguel.

De acordo com a Smasac, isso não ocorreu ainda neste ano, mas algumas medidas já estão sendo adotadas para ampliar o acolhimento dessa população. Horários de entrada em algumas unidades foram antecipados, como no abrigo São Paulo, na região Norte, das 17h para as 16h30. Houve reforço nas refeições, e as abordagens sociais foram intensificadas. “Foi criado um grupo de monitoramento contínuo das vagas”, informou a Smasac. 

Para aquecer. O Servas faz triagem de agasalhos que recebeu na época das chuvas para repassar a quem vive nas ruas. A entidade vai realizar uma ação para recolher mais doações.

Demanda é quatro vezes maior do que a oferta

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que administra 15 unidades de acolhimento de pessoas em situação de rua, com 1.116 vagas no total. A cidade tem 4.600 pessoas nessa situação, conforme dados de dezembro de 2019 da própria administração, mas nem todos procuram os abrigos. A ocupação é por ordem de chegada, e a pessoa só não consegue dormir em uma unidade se o local estiver lotado. Para garantir uma delas, Alessandro Vinícius, de 38 anos, costuma chegar cedo. “Quando a pessoa não consegue vaga, é humilhante, porque aqui fora é muito frio, e tem que recorrer a um cobertor ou papelão. Tudo isso é muito triste, ainda mais para quem já teve conforto”, conta Alessandro. Ele está desempregado há um ano e meio

Campanha arrecada doações

“Vamos retirar do armário um pouco de amor para agregar à vida de alguém que precisa”. Essa mensagem quer chegar ao coração de muita gente e faz parte da campanha mais recente da Pandemia do Bem – um projeto que nasceu em Belo Horizonte neste ano e que vem trazendo um novo olhar do mundo, agora sob a ótica do novo coronavírus.

A ação – que distribui café da manhã aos domingos para moradores de rua da capital, na rua Itambé, no bairro Floresta, na região Leste – aumentou ainda mais essa corrente do bem e criou a campanha #Covidsemfrio em parceria com as Obras Sociais Chico Xavier – uma instituição filantrópica que há cerca de dez anos promove ações solidárias em BH (veja abaixo como ajudar).

A rede de solidariedade já entrou em ação e distribuiu 270 cobertores para aplacar o frio de quem precisa. E tem mais. Neste domingo, dia 31, as equipes vão distribuir cobertores, roupas, calçados e lanches em pontos como a rodoviária, a praça Raul Soares e a rua Itambé, no bairro Floresta.

Como ajudar 

- Contatos para doações via direct pelos perfis do Instagram @pandemiadobem_ ou @obras_chico xavier

Entrega de doações

Rua Santo Agostinho, 299, apartamento 402, bairro Sagrada Família

Fraternidade Espírita Chico Xavier - rua Padre Eustáquio, 1.742, em frente ao INSS. Terças-feiras (das 14h às 18h) e domingos (das 8h às 10h30)

Doação em dinheiro

Pelo Pag Seguro. Só clicar no link @pandemiadobem

 


 

 

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