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Pessoas passam a madrugada na fila da Caixa em BH por auxĂ­lio emergencial
05/05/2020

 

Reportagem de O TEMPO encontrou fila em agências de BH, Contagem e Ribeirão das Neves; em todos os locais, as pessoas já aguardavam antes das 4h

 

Na busca pelos R$ 600 que significam comida à mesa, moradia, água e luz, vale tudo, inclusive dormir na rua e passar as madrugadas de outono na porta de agências da Caixa. Em Belo Horizonte e na região metropolitana, isso virou rotina para centenas de pessoas, que, sem renda por causa da pandemia do coronavírus, dependem do auxílio emergencial disponibilizado pelo governo federal para sobreviver. Para ter acesso a esse direito já garantido, pelo menos no papel, elas se expõem ao risco da doença em aglomerações em longas filas, ao frio e ao perigo da violência nas ruas.

A reportagem de O TEMPO percorreu seis agências na capital e em Contagem e Ribeirão das Neves, na região metropolitana, na madrugada desta terça-feira (5) e, apesar de os locais só começarem a funcionar às 8h, em todos havia filas antes das 4h.

A situação mais crítica foi identificada na agência da Caixa no bairro Céu Azul, na região da Pampulha, onde mais de cem pessoas estavam no local ainda na madrugada. Elas levaram papelões e cobertores para dormir e, para enfrentar o frio, fizeram fogueiras e café. 

Desempregada, Tatiane Maia, 34, já recebeu o dinheiro porque é beneficiária do Bolsa Família, mas, pela terceira vez, foi à agência para tentar obter o auxílio do marido, que é motorista de aplicativo. Ela chegou às 19h desta segunda-feira (4) ao local, depois de desistir do aplicativo da Caixa, que apresenta erros constantemente. 

“Tenho filhos de 11, 2 e 3 anos. Esse dinheiro está fazendo muita falta. Meu marido falou comigo que ia desistir, mas eu disse que não, porque o armário está ficando vazio, e nossos filhos ficam como?”, questiona. 

O pedreiro Idael Vieira, 60, chegou às 21h desta segunda-feira à agência da Caixa da avenida João César de Oliveira, em Contagem. Ele passou a noite no carro, com um cobertor. 

“Segundo informações do aplicativo, já foi feito o depósito na minha conta digital, que eu deveria poder usar para pagar conta ou transferir, mas não consegui fazer nada disso. Eu vim outras duas vezes, mas havia uma fila quilométrica e acabei desanimando, pela minha idade e porque tenho câncer. Estou sem trabalho, e mim esse dinheiro está fazendo muita falta”, diz. “É mais do que descaso, é uma covardia”, completa. 

Desde esta segunda-feira, todas as agências da Caixa passaram a abrir duas horas mais cedo, das 8h às 14h. Para reforçar o atendimento e reduzir as filas, a instituição realocou mais de 3.000 funcionários para ampliar as equipes e contratou mais de 5.000 vigilantes e recepcionistas. 

Segundo a Caixa, mais de 50 milhões de pessoas já receberam o auxílio emergencial.

 


 

 

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