Josias Pereira
09/02/20 - 18h00
Em dia de Oscar, o futebol no Mineirão esteve em busca de quem se apresentasse para o ser personagem principal de um roteiro que se desenvolveu bastante truncado. Para um clássico que se repetirá basicamente como uma franquia com mais dois encontros garantidos na Série B, Cruzeiro e América esbarraram em suas dificuldades, travando um embate de marcação forte e pouco espaço. Um confronto nesses moldes só poderia terminar na igualdade. Um 1 a 1 que reserva ao torcedor / espectador aquele mistério sobre a história que será contada nos próximos desafios dos rivais mineiros em 2020, porque vai ser sofrido.
O resultado fez o Cruzeiro perder o 100% de aproveitamento na temporada, mas o time de Adilson Batista segue invicto no ano, com 10 pontos conquistados após quatro rodadas do Mineiro. O América também mantém a série sem derrotas. No quinto jogo do time no ano, contando a partida da Copa do Brasil contra o Santos, do Amapá, são duas vitórias e três empates. O time possui agora oito pontos no Estadual.
Os candidatos a ator principal se amontoavam. Vários coadjuvantes que seguem dando o tom das profundas mudanças que ambos os times atravessam até encontrar a química ideal para a Série B. Todavia, todo o roteiro que se preze sempre, em algum momento da trama, chega aos seus momentos de ápice. E neste domingo, eles aconteceram justamente no segundo ato do clássico.
Primeiro com o americano Ademir, que assinou com o clube alviverde em 2018, justamente após boas atuações no Mineiro pelo Patrocinense. O jogador recebeu a 10 de Lisca Doido, o diretor à beira do campo, e na luta para substituir um 'ator de peso' como Matheusinho, com uma lesão no tornozelo, o atleta do Coelho levou a melhor ao se posicionar entre os zagueiros celestes e completar um cruzamento rasteiro de Felipe Augusto aos 24 do segundo tempo.
Mas a 'adaga celeste' veio minutos depois nos pés de Maurício, que a cada rodada vem ganhando notoriamente o papel protagonista no Cruzeiro versão 2020. Com um belo chute de fora da área, o camisa 11 da Raposa saiu para o abraço após ver o goleiro Airton tentar a catada e não executá-la. Bola que morreu no fundo das redes para colocar fogo no público que acompanhava o jogo no Mineirão. O segundo gol de Maurício em quatro jogos no ano, o terceiro pelo profissional da Raposa.
O clima de suspense se manteve no Mineirão com aquele abafa de um jogo extremamente aberto. Mas o empate se manteve decretando números finais no primeiro clássico mineiro de 2020.