Projeção. Segundo o coordenador da transição, Mateus Simões, crise financeira só será resolvida com ações do governo federal
PUBLICADO EM 12/12/18 - 03h00
BERNARDO MIRANDA
O governo de Romeu Zema (Novo) deve herdar um déficit mínimo de R$ 23,5 bilhões, e, se nenhuma medida de austeridade for adotada, o rombo acumulado nos quatro anos de mandato pode chegar a R$ 105 bilhões, valor que representa todo o Orçamento anual do Estado. A afirmação foi feita nesta terça-feira (11) pelo coordenador da equipe de transição, Mateus Simões (Novo), que apresentou um relatório com o diagnóstico da situação atual. O documento aponta que o gasto previdenciário estrangula as contas públicas de tal forma que, se não houver a reforma da Previdência e a renegociação da dívida com a União, o Estado entrará em colapso nos próximos meses.
Os dados apresentados mostram que a dívida deixada pelo governador Fernando Pimentel (PT) é muito maior do que está estimado na proposta orçamentária de 2019, que tramita na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Enquanto o projeto aponta um déficit de R$ 11 bilhões, os dados coletados pela equipe de transição mostram que a dívida pode chegar a R$ 30 bilhões.
Segundo Simões, não estão contabilizados nesse cálculo R$ 4,2 bilhões de repasses aos municípios em atraso, referentes a convênios de saúde, transporte escolar e assistência social. Também não está contabilizada a previsão legal de que o governo deixe em caixa os recursos para os pagamentos de salários referente ao mês trabalhado de dezembro, o que representa mais R$ 2,4 bilhões.