Flávio Bolsonaro, senador | Foto: Roque de Sá/Agência Senado
PUBLICADO EM 13/08/20 - 09H20
Em depoimento prestado ao Ministério Público do Rio (MP-RJ) na investigação sobre a "rachadinha" em gabinetes de sua família, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) afirmou não se recordar de ter feito pagamentos em dinheiro quando comprou dois apartamentos em Copacabana em 2012. Porém, os procuradores descobriram que, no mesmo dia em que a operação foi efetuada, o vendedor dos imóveis, o norte-americano Glenn Dillard, fez um depósito de R$ 638 mil em dinheiro vivo em um bbanco que fica próximo ao cartório onde a escritura foi lavrada. Para os investigadores, Flávio usou recursos de rachacinha para pagar mais do que os R$ 310 mil de valor oficial do imóvel e teria usado recursos do esquema na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para fazer o repasse. As informações são do jornal "O Globo".
“Que eu me recorde, não (houve pagamento em dinheiro). Se eu não me engano, foi por transferência bancária esse sinal. Cheques. E, no dia, eu paguei as duas salas junto com a minha esposa no próprio cartório", disse o senador ao MP, de acordo com o jornal, que teve acesso ao depoimento.
Ele também afirmou não se lembrar se houve algum encontro na agência bancária para fazer os pagamentos. Ao ser indagado se sabia que o vendedor tinha feito um depósito de R$ 638 mil em dinheiro vivo no mesmo dia, ele afirmou que também não sabia.
Oficialmente, Flávio Bolsonaro repassou a ele cheques no valor de R$ 310 mil. M asDillard não fez outras operações imobiliárias naquele semestre e depositou mais que o dobro em dinheiro vivo naquele dia. Depois disso, Flávio revendeu os imóveis por valores ainda maiores: R$ 813 mil.