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Battisti se dizia inocente para conseguir apoio da esquerda, incluindo Lula
Último ato de ex-presidente petista foi conceder asilo a Battisti, em 2010 26/03/2019

 

Itália promove campanha a favor de extradição de Battisti
Battisti cumpre prisão perpétua na Itália, após quatro assassinatos
Foto: FELIPE DANA - 10.12.2009

Assassino confesso, o ex-militante de esquerda Cesare Battisti se dizia inocente dos crimes cometidos na Itália na década de 1970 para conseguir o apoio de políticos de esquerda na França, México e Brasil – o que inclui o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - informou o procurador Alberto Nobili, responsável por investigar grupos terroristas em Milão, na Itália.

Battisti assumiu pela primeira vez ser responsável por quatro homicídios na Itália. Ao jornal “Il Messaggero”, Nobili afirmou que com as declarações de inocência, Battisti “conseguiu o apoio da extrema-esquerda, incluindo o ex-presidente Lula”.

Battisti prestou depoimento durante nove horas. Em determinado momento, quando assumiu os crimes, disse que pensava estar em uma guerra justa. “Hoje, peço desculpa”, afirmou.

A relação entre Battisti e o Brasil começou em 2004. O terrorista italiano chegou após fugir da França e México. Preso em uma operação da Polícia Federal (PF), teve o pedido de extradição formalizado pela Itália. O Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu o pedido favorável ao governo italiano, porém, deixou nas mãos do então presidente da República Lula a decisão final.

Lula, em seu último ato como presidente do Brasil, decidiu conceder asilo ao assassino confesso. O fato ocorreu no dia 31 de dezembro de 2010, um dia antes de Lula deixar o cargo.

Desde então, Battisti viveu livremente no Brasil. Passou pelo litoral de São Paulo, pelo interior (São José do Rio Preto) e pela capital paulista, onde foi visto diversas vezes na Zona Oeste da capital paulista. Battisti vivia uma vida normal desde então.

Porém, após o impeachment de Dilma Rousseff, Battisti suspeitou de que poderia ter o pedido de permanência no Brasil revisto. Em 2017, ele foi preso na fronteira do Brasil com a Bolívia, mas negou que estava fugindo para o país vizinho.

Solto, Battisti voltou para o litoral paulista, mas, com a aproximação do fim do governo de Michel Temer (MDB), deixou a região. Antes de deixar a presidência, Temer definiu que Battisti deveria ser extraditado. Battisti, então, conseguiu fugir para a Bolívia, onde foi preso no começo deste ano e extraditado para Itália.

Battisti estava foragido há 40 anos e na Itália foi condenado a prisão perpétua.

Veja, a seguir, os assassinatos atribuídos a ele:

Pier Luigi Torregiani, o joalheiro

Em 16 de fevereiro de 1979, um comando dos PAC (Proletários Armados pelo Comunismo), um pequeno grupo de extrema esquerda considerado como "terrorista" por Roma, atirou em Pier Luigi Torregiani em frente a sua joalheria em Milão e sob o olhar de seu filho, Alberto, de 15 anos. Gravemente ferido, Alberto ficou tetraplégico. "Agora, as vítimas vão poder descansar em paz", declarou ao ser informado da extradição de Cesare Battisti. Cesare Battisti foi condenado por ter sido o instigador deste crime, decidido porque o joalheiro havia se defendido durante uma tentativa de assalto.

Lino Sabbadin, o açougueiro

No mesmo dia, em 16 de fevereiro de 1979, Cesare Battisti encobriu cúmplices que atacaram o açougue de Lino Sabbadin, de 45 anos, em Mestre, perto de Veneza, pelas mesmas razões: o açougueiro havia ferido fatalmente seu agressor durante uma tentativa de roubo em dezembro de 1978. Ele também era um militante de extrema direita. "Esperei por este dia por 40 anos", declarou à imprensa seu filho Adriano, que tinha 17 anos no momento da morte de seu pai. Por este assassinato, Cesare Battisti também foi condenado por cumplicidade.

Antonio Santoro, o carcereiro

Em 6 de junho de 1978, Cesare Battisti mata em Udine (nordeste) um oficial do corpo de carcereiros, que comandava a prisão da cidade, Antonio Santoro, de 51 anos, acusado de maus tratos contra os detentos. Cesare Battisti foi condenado por ter matado este funcionário da administração penitenciária.

Andrea Campagna, o motorista da polícia

Em 19 de abril de 1979, Cesare Battisti assassinou em Milão Andrea Campagna, de 24 anos, motorista do Digos, o serviço secreto italiano responsável pela luta contra o terrorismo e a extrema direita. "Andrea era um motorista, não um investigador (...). Eles chegaram por trás e atiraram uma bala na sua cabeça", contou ao jornal La Repubblica seu irmão Maurizio. Cesare Battisti foi condenado por ter disparado o tiro fatal. Em um comunicado publicado pelo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC, grupo liderado por Battisti), Andrea Campagna foi definido como um "torturador de proletários".

Com AFP 

 


 

 

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