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BH registra aumento de 24,8% de furtos de celulares em 2018
Principais vítimas, segundo denúncias recebidas pela reportagem, têm sido motoristas de aplicativos 08/10/2018

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PUBLICADO EM 08/10/18 - 03h00

Em três meses, o motorista de aplicativo Cristóvão Campos, 58, teve o celular furtado duas vezes enquanto trabalhava no centro de Belo Horizonte. Nos dois assaltos, a dinâmica foi praticamente a mesma. Enquanto o semáforo está fechado, um homem correndo se aproxima do carro e puxa o celular fixado no painel do veículo. O estilo de assalto tem sido cada vez mais comum no local, e as principais vítimas, segundo denúncias recebidas pela reportagem, são os motoristas de aplicativo que usam o GPS do aparelho para se locomoverem.

Na última semana, em menos de uma hora, a reportagem do jornal O TEMPOflagrou dois assaltos desse tipo na avenida do Contorno, próximo à rodoviária da capital mineira. “Todo dia, ocorrem, no mínimo, uns cinco assaltos assim. Eles preferem pegar as pessoas que estão de carro porque elas não vão sair do veículo e correr atrás. Na rua, é mais difícil porque o povo grita ‘pega ladrão’, e todo mundo se solidariza e vai atrás”, contou um ambulante que trabalha em um shopping popular no hiperconcentro da capital. Ele pediu para não ser identificado.

Nos oito primeiros meses deste ano, Belo Horizonte registrou 12.281 furtos e roubos de celulares, uma média de 51 ocorrências por dia. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública, houve um crescimento de 24,8% no número de furtos de celulares em BH neste ano em relação ao mesmo período de 2017, quando foram registradas 9.840 ocorrências.

Segundo o delegado José Luiz Quintão Tavares, da 3ª Delegacia de Polícia Civil, o perfil do assaltante é semelhante: pessoas jovens e com certa desenvoltura física. Além disso, conforme o policial, eles nunca estão sozinhos, porque eles fogem no meio da multidão e passa m o celular para o parceiro. “Às vezes, tem até uma mulher no meio para distrair. O criminoso busca a facilidade, a oportunidade. Às vezes, nem está ali para assaltar, mas encontra a situação propícia, a pessoa desatenta com o celular e os vidros abertos. Eles estão à espera da vítima mais fácil”, explica o delegado.

O tenente Washington Junio Amaral, da 6ª Companhia da Polícia Militar (PM), afirma que os furtos acontecem, principalmente, em locais com grande concentração de pessoas, como nos pontos de ônibus e no interior dos coletivos. De acordo com ele, a PM atua por meio de análise e inteligência criminal para direcionar o policiamento para locais com maior incidência. “Muito comum essas ocorrências serem próximas de sinais”, diz.

Ele orienta que as vítimas registrem o boletim de ocorrência o mais rápido possível, logo após o fato, senão a atividade de resposta da polícia fica reduzido. “Tentamos fazer a localização (dos assaltantes) por câmeras do Olho Vivo”, diz.

Prejuízo

Com medo, agora Campos carrega o celular sobre as pernas enquanto está dirigindo. “Não sabia mexer muito nesses aparelhos. Então, comprei um celular caro, cheio das tecnologias. Foram mais de R$ 3.000 de prejuízo. Eu preciso dele para trabalhar. Fico decepcionado, pois ainda estou pagando o aparelho”, lamenta.

Furto e roubo

Diferença. Segundo o Código Penal, furto não envolve violência contra a vítima e tem como pena prisão de 1 a 4 anos e multa. Para roubo, estão previstas prisão de 4 a 10 anos e multa.

 

Aparelhos são vendidos no centro da cidade e na internet

No centro de BH, não é difícil encontrar pontos de venda de celulares. Os “comerciantes” atuam em locais de grande circulação de pessoas, e os celulares ficam expostos em vitrines e são vendidos sem caixa ou acessórios. Em alguns estabelecimentos é possível realizar o desbloqueio dos aparelhos, que, geralmente, são travados pelos donos ao serem roubados. Até mesmo nas redes sociais, os aparelhos são comercializados facilmente.

Para o delegado José Luiz Quintão Tavares, a forma ideal de combater esse tipo de crime começa pelo consumidor. “Se as pessoas parassem de comprar os produtos, ação que é considerada crime, não haveria essa movimentação no mercado, o que desmotivaria os assaltantes”, salienta. 

Tavares orienta os consumidores a exigirem nota fiscal no ato da compra.

 

Minientrevista

José Luiz Quintão

Delegado

Qual a principal dificuldade no combate a esse tipo de crime?

Seja como pedestre, seja como motorista ou até andando de ônibus, não deposite toda sua atenção no celular. O autor vai pela lei da oportunidade e da facilidade para cometer o crime. Essas pessoas não trabalham sozinhas. São várias envolvidas: desde quem furta até quem compra esses aparelhos. Só existe o ladrão de celular porque ele tem quem compre.

Como a polícia age?

Percebemos muito a comercialização desses aparelhos pelas redes sociais, mas a Polícia Civil está atenta e investigando essas quadrilhas em todos os locais. Quem furta esses celulares pode tanto trocar quanto comprar tênis, relógios e roupas de marca.

 

Respostas

Cabify

Informou que investe em tecnologias para reduzir os riscos de passageiros e motoristas.

Uber

Lamentou que motoristas parceiros sejam alvo de violência urbana.

99

Disse que faz um mapeamento das áreas de risco e as informa aos motoristas, além ter um canal de atendimento exclusivo para incidentes: (0800-888-8999).

 
 

 


 

 

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