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POLÍCIA
Mapa identifica contaminação na água utilizada na produção da Backer
Informação foi dada em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira, pelo coordenador-geral de Vinhos e Bebidas do Mapa, Carlos Vitor Mü 16/01/2020

 

Backer
Peritos coletaram amostras da cerveja para investigar presença de dietilenoglicol
Foto: Uarlen Valério / O Tempo

A água usada diretamente na fabricação das cervejas da Backer está contaminada por dietilenoglicol, segundo perícia do Ministério da Agricultura Pecurária e Abastacimento (Mapa). Na prática, isso significa que o líquido que serve como base da produção de todos os rótulos da empresa, incluindo a Belorizontina que seria a responsável pela intoxicação de pelo menos 18 pessoas, estaria impróprio para o consumo. 

A informação foi dada em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (15), pelo coordenador-geral de Vinhos e Bebidas do Mapa, Carlos Vitor Müller. 

Segundo Muller, análises feitas mostraram que a contaminação não estava restrita a apenas um tanque, e sim diversos. Com isso os técnicos do Mapa passaram a trabalhar com a possibilidade de uma intoxicação anterior ao processo de fermentação. 

“Restringimos o foco de atuação, pois encontramos contaminação em outros tanques. Com isso, coletamos a água do resfriamento e deu resultado positivo para mono e dietilenogicol”, explicou o coordenador.

Ele explicou que por economia energética cervejarias reaproveitam a água do resfriamento para a mistura da cerveja. No entanto, a pasta não sabe ainda como se deu essa contaminação. 

"A gente encontrou essa água contaminada no processo produtivo e existem diversas hipóteses, já que o produto era usado no resfriamento e não deveria ter contato com a água. Não podemos falar em suspeitas maiores, mas há hipótese de sabotagem, de uso incorreto do insumo, de vazamento", afirmou 

Com  o resultado da água, a suspeita de que outros rótulos da empresa, e não somente a Belorizontina, possam estar contaminados é ainda maior. Por isso, na última sexta-feira (10) o Mapa intimou a Backer a suspender a comercialização de todos os rótulos. Fora isso, foram recolhidos 139 mil litros de cerveja e 8.840 litros de chope.   

Ainda não há resultado dos exames de outras cervejas.

Entenda o processo

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), Carlo Lapolli, a utilização da mesma água nos dos processos é por uma questão de eficiência energética. Uma água filtrada em temperatura ambiente é colocada em um trocador de placas, contendo alguma substância refrigeradora como o monoetilenoglicol, para resfriar. Em seguida, ela vai para outro trocador de placas para resfriar o mosto, que é uma das matérias-primas da cerveja. 

No fim desse processo, em decorrência da troca de calor entre a água e o mosto, a água sai quente e o mosto frio.

“A água sai a uma temperatura entre 50 e 70 graus. Como é uma água filtrada e em boas condições de uso, ela é depois usada na segunda etapa do processo que é a produção da cerveja propriamente dita. Ela é misturada no malte da cerveja para o cozimento dos grãos. Ou seja, ela é a base da bebida”, explica o especialista. Tudo ocorre em um circuito fechado, sem risco de contaminação. 

Porém, comprovadamente, essa água está contaminada, segundo o Mapa. O órgão, em parceria com a Polícia Civil, está tentando descobrir agora como isso aconteceu.

Três teorias foram levantadas. A primeira, é a de que possa ter ocorrido uma sabotagem, com a inserção do composto na água por alguém mal intencionado. A segunda, é a de que o equipamento onde a água passa para esfriar e esquentar, possa estar com algum furo, que tenha possibilitado a contaminação. E, por fim, o mau uso do composto dietilenoglicol e ou monotilenoglicol por parte da empresa também está dentre as teorias.

Resposta

A Backer reafirmou que nunca comprou e nem utilizou o dietilenoglicol em seus processos de fabricação. Ela ainda disse que a substância empregada pela cervejaria é o monoetilenoglicol, cujas notas fiscais de aquisição já foram compartilhadas com a Polícia Civil e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). 

"Nos últimos dois anos, a Backer precisou aumentar a compra de monoetilenoglicol para atender a demanda de ampliação constante da sua planta produtiva. No período, foram adquiridos 29 novos tanques de fermentação. A Backer aguarda os resultados das apurações e continua à disposição das autoridades", diz a nota.

 


 

 

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