Um jogo de empurra entre órgãos públicos coloca em risco a vida de pedestres que passam no viaduto sobre o Anel Rodoviário que liga o bairro Betânia, na região Oeste de Belo Horizonte, à Via do Minério, na altura do bairro Novo das Indústrias, na região do Barreiro. Há 11 dias, quem passa no local precisa ficar atento à falta de parte da mureta de proteção do elevado, que caiu após um carro ter batido na estrutura, no último dia 18 de março. A população está revoltada.

Quase todos os dias, a autônoma Graciele Oliveira, de 30 anos, passa pelo elevado para chegar em casa, no bairro Novo das Indústrias. Quando se aproxima do vão aberto, ela carrega no colo o filho de 2 anos e se afasta ao máximo do buraco. “Passo mais na beirada, perto dos carros. É como se (os órgãos públicos) não estivessem se importando com a gente”, reclama.

“A sensação é de insegurança. Tenho medo de alguém cair”, comenta a atendente de padaria Micaele Sávia Aparecida, de 31 anos.

Cerca de 160 mil veículos transitam no Anel Rodoviário por dia, segundo estimativa da Polícia Militar Rodoviária (PMRv).

PBH vai fazer obra paliativa

Desde o acidente, Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) se esquivam da responsabilidade pela manutenção do viaduto. O Dnit informou ao jornal O TEMPO que os reparos no viaduto são de competência da PBH. Já a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura afirma que o elevado está em faixa de domínio do órgão federal.

Apesar do desencontro de informações, a PBH declarou nesta quinta-feira (28) que a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) vai executar “a confecção de guarda-corpo paliativo para substituir os trechos danificados” na mureta. O início dos trabalhos não tem dia certo.