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Critérios 'conservadores' são responsáveis por elevação de risco, diz Vale
Para mineradora, os critérios de avaliação estão mais rigorosos, o que explica a elevação no nível de risco de rompimento 28/03/2019

 

COLETIVA SOBRE POSSIBILIDADE DE ALERTA NA BARRAGEM DE SAO SEBASTIAO DAS AGUAS CLARAS , MACACOS . NA FOTO MARCELO KLAY, DIRETOR EXECUTIVO DA VALE RESPONSAVEL PEKLA SEGURANCA DA EMPRESA
A Vale já havia sido comunicada em fevereiro que a estabilidade das quatro barragens não deveria ser atestada
Foto: ALEXANDRE MOTA / O TEMPO

A elevação do nível de risco de quatro barragens, de dois para três, momento em que as estruturas podem colapsar a qualquer instante, em menos de uma semana, acendeu o alerta de pessoas que vivem em regiões próximas a estruturas coletoras de rejeitos. Na última sexta-feira (22), o risco foi elevado na barragem Sul Superior na mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, na região Central de Minas. O mesmo aconteceu na noite desta quarta-feira (27), quando a Defesa Civil de Minas Gerais precisou soar as sirenes nos arredores das barragens B3/B4, na mina Mar Azul, no distrito de Macacos, na região metropolitana de Belo Horizonte, e em Forquilhas I e III, na cidade de Ouro Preto, região Central do Estado.

Em entrevista coletiva concedida ainda nesta quarta-feira, o coordenador do Comitê de Resposta Imediata da Vale, Marcelo Klein, explicou que apesar da elevação do risco não há nenhuma situação física detectada nas barragens que comprove que as estruturas podem ceder a qualquer momento. 

"Quando elevamos do nível dois para o três, podemos imaginar que alguma coisa foi detectada durante leituras. Mas não foi isso que aconteceu, não há nenhuma anomalia nas estruturas, nenhum fator físico que indique rompimento. O que aconteceu é que estamos em uma fase de transição, os critérios usados para avaliação das estruturas estão mais conservadores", pontuou Klein. De acordo com ele, não dá para comparar os dados coletados na última certificação, feita em setembro do ano passado, com os que foram registrados em março pelas auditorias independentes, uma vez que "os critérios de avaliação estão mais rigorosos". 

Para ele, é necessário que as empresas auditoras não adotem parâmetros 'ultraconservadores', a fim de evitar que barragens seguras tenham suas operações paralisadas. "É preciso elevar o nível de discussão técnica assim que passar esse momento de crise. Precisamos amadurecer a discussão para definir um melhor equilíbrio dos parâmetros, para que eles sejam capazes de separar o joio do trigo, as barragens que têm risco das que não têm", comentou. 

Aparentemente, a Vale já havia sido comunicada ainda em fevereiro que a estabilidade das quatro barragens provavelmente não seria atestada. "Nós recebemos a informação prévia que o fator de segurança provavelmente seria registrado abaixo de 1 nos laudos. Abaixo de 1 é um nível crítico. Foi nesse momento que entendemos que precisaríamos evacuar os moradores que vivem nas zonas de autossalvamento", justificou Klein. 

A retirada das pessoas que viviam na área de risco em Barão de Cocais aconteceu no dia 8 de fevereiro, durante a madrugada; no dia 16 de fevereiro, cerca de 200 moradores de Macacos precisaram deixar suas casas e, finalmente, no dia 20 do mês passado, as quatro pessoas que vivem próximas à barragem em Ouro Preto foram retiradas de seus lares. 

Futuro das barragens

Quando perguntado se moradores seriam evacuados em outras regiões próximas a barragens, o coordenador afirmou que os procedimentos de retirada de quem vive nas zonas de autossalvamento e o treinamento de moradores residentes em áreas secundárias só seriam mesmo realizados em Barão de Cocais e Macacos. 

Em Ouro Preto, não há necessidade da realização de um simulado de evacuação, uma vez que todos os moradores que vivem na região já foram retirados. 

"No momento, fizemos tudo que era possível. Retiramos os moradores e estamos treinando a população para saber como reagir em caso de rompimento. O próximo passo é dar início a obras para a construção de diques que segurem os rejeitos em caso de rompimento. E, finalmente, o processo de descomissionamento das estruturas", afirmou Klein. 

As atividades em todas as quatro barragens em estado crítico foram paralisadas e, por isso, construções imediatamente ao lado das barragens e tráfego de equipamentos pesados estão sendo evitados. "Esses seriam potenciais gatilhos (para um rompimento), mas não há perigo porque as operações foram interrompidas", comentou o coordenador. 

Obras para garantir a segurança das barragens serão realizadas nos próximos meses. A Vale garantiu que todos os cuidados devidos estão sendo tomados. 

 


 

 

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