O candidato do PSDB ao comando de Minas Gerais, senador Antonio Anastasia, criticou nesta segunda-feira a atual gestão por conta da falta de continuidade de políticas públicas de apoio a dependentes químicos criadas nos governos tucanos. Em tom de desaprovação, o parlamentar disse que a “própria história vai cuidar de jogar essas pessoas para o obscurantismo”. As declarações foram dadas durante encontro com representantes de comunidades terapêuticas no comitê central de campanha da coligação, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Durante discurso de 15 minutos para a plateia, formada por representantes de comunidades terapêuticas, Anastasia fez vários comentários sobre a gestão de Pimentel. Segundo ele, “Minas enfrenta a maior crise fiscal e moral da sua história”. Ainda segundo o tucano, não adianta criticar a atual administração porque o Executivo está em uma situação de “praticamente fim de linha”, completamente “desmoralizado” e “desacreditado”.
“É de estarrecer o que foi feito nesse período. O que havia foi dizimado, nada foi colocado no lugar e nós ficamos aí praticamente quatro anos perdidos. (…) É triste (a descontinuidade de programas), mas a própria história vai cuidar de jogar essas pessoas para o obscurantismo. É um período que vamos esquecer em Minas Gerais. Um período extremamente nefasto e nós vamos trabalhar para fazer a recuperação”, declarou.
Drogas
A principal queixa dos presentes e do concorrente ao Palácio da Liberdade no evento foi em relação ao programa Aliança pela Vida, criado em 2011. Um dos dispositivos do plano era um cartão, de mesmo nome, que era usado para custeio do tratamento do dependente químico em comunidades terapêuticas. “Lamentavelmente todos os programas foram encerrados e nós vamos ter de recomeçar. E isso se dará com parcerias entre as comunidades terapêuticas, o governo do Estado, entidades privadas, o governo federal e até organismos internacionais”, disse Anastasia.
Na época, especialistas criticaram a ação criada pelo então governador. A avaliação era de que o valor da cartão, de R$ 900 mensais, era insuficiente para cobrir o tratamento e que o poder público estava transferindo a responsabilidade para a esfera privada. O candidato afirmou que o programa é modelo para o país e que foi implantado em São Paulo.
“Quando o setor público apoia um museu privado, repassa recursos para a Santa Casa, também atende a comunidade, porque elas têm a natureza pública de atender as pessoas. As parcerias são importantes, já que o Estado sozinho não consegue fazer tudo. Hoje elas não estão podendo ajudar e, pior, conforme relatos aqui, estão até sendo perseguidas”, disparou Anastasia.
Temer
A reportagem questionou o candidato do PSDB ao governo de Minas Gerais nas eleições deste ano sobre o fato do adversário dele na disputa, o atual governador Fernando Pimentel (PT) atrelar, em programas eleitorais no rádio e na televisão, a imagem dele com a do presidente Michel Temer (MDB).
Na peça publicitária é dito que Anastasia juntamente com Temer e o senador Aécio Neves esteve ao lado do golpe, em referência ao fato de ele ter sido relator no Senado do processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Sobre isso, o candidato do PSDB disse somente que a eleição de Temer foi feita pelo PT, e não por ele.