Da Redação
14/12/19 - 10h07
Nessa sexta-feira, o deputado estadual Léo Portela (PL) divulgou um encontrou que teve com conselheiros do Cruzeiro para apresentar ao grupo um email que ele define como "documento" que comprova ato ilícito do presidente Wagner Pires de Sá.
De acordo com acusação feita pelo deputado, Wagner teria usado dinheiro do clube para quitar o IPVA de oito automóveis da sua família. O parlamentar publicou em sua conta no twitter uma foto da reunião e a imagem do email solicitando o pagamento dos impostos.
"Recebendo amigos conselheiros para apresentá-los um documento que comprova que o #Cruzeiro pagava os IPVAs de carros de propriedade da família do Presidente Wagner Pires", escreveu Portela em seu twitter.
O Cruzeiro respondeu ao deputado, por meio de nota. Disse que são "denúncias infundadas e irresponsáveis sobre o pagamento de IPVA de veículos que não pertencem a frota do clube".
No comunicado, a assessoria da Raposa acrescentou que "a secretária da presidência tem a posse de todos os boletos, carnês, contas de IPVA e condomínio para o controle das datas de pagamentos, que são feitos com cartões bancários do presidente e que tudo está documentado com os devidos extratos bancários".
Cobrança na ALMG
Na última quinta-feira (12), o parlamentar já havia utilizado a tribuna da Assembleia Legislativa de Minas Gerais para atacar o presidente cruzeirense. Entre outras palavras, disse que "Wagner Pires está fora de si", e que "Wagner Pires precisa ser interditado". De forma mais contundente, "exigiu que esse criminoso deixe a presidência do Cruzeiro".
Questionado se fiscalizar e denunciar um clube de futebol seria atribuição de um deputado, Portela disse que possui tal prerrogativa. No entanto, não informou se tomou alguma providência nesse sentido.
Sobre a abertura até mesmo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Cruzeiro, o politico esclareceu que só seria possível se houvesse "comprovada ligação entre verbas públicas estaduais e o Cruzeiro".
O advogado especialista em direito esportivo, Fellipe Fraga Gerçossimo, entende que ação do deputado é essencialmente política e não teria, inicialmente, um efeito prático que resultasse na abertura de uma CPI na Raposa.
"Para mim, isso é mais para inflamar a assembleia, para ganhar força política. Porque, querendo ou não, eles se envolvem com política, direta ou indiretamente. Efeito prático não tem. O Cruzeiro é uma instituição privada, tem suas autonomias, suas regras. Só se essas regras forem visivelmente desrespeitadas. Contudo, tem o poder judiciário para solucionar esse tipo de situação, e é o que os conselheiros devem fazer", avalia.