Bernado Lacerda e Wallace Graciano
18/06/19 - 12h06
O presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá, esteve na manhã desta terça-feira (18) na sede da Polícia Federal (PF), no bairro Gutierrez, na região Oeste de Belo Horizonte, para prestar depoimento por mais de duas horas a respeito da operação Escobar.
Wagner foi intimado pela PF a prestar esclarecimentos na condição de testemunha da operação, que investiga vazamentos de documentos sigilosos da corporação.
O mandatário celeste chegou à sede da PF por volta das 9 horas e deixou o local depois de mais de 2 horas e meia de depoimento. O dirigente não atendeu aos jornalistas.
Ao deixar o local, o presidente do clube estrelado negou qualquer participação ilícita e limitou-se a dizer que “o Cruzeiro tem contratos com mais de mil advogados”.
A Polícia Federal, através de sua assessoria de imprensa, afirmou que não comenta casos em andamento. A corporação investiga contratos de honorários advocatícios com os advogados Carlos Alberto Arges Júnior e Ildeu da Cunha Pereira, que foram presos no último dia 5. Há a suspeita de lavagem de dinheiro e desvio de verbas para dirigentes da Raposa.
Nesta quarta-feira, será a vez do ex-vice presidente Jurídico do Cruzeiro, Fabiamo Oliveira Costa a prestar depoimento na sede da Polícia Federal.
Operação Escobar
No último dia 5, a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de prisão preventiva e temporária e busca e apreensão a escritórios de advogados envolvidos em esquemas de corrupção e contra agentes da própria corporação que teriam retirado e vazado documentos sigilosos do sistema do órgão.
À época, dois advogados e dois poiliciais federais foram presos durante a ação. Eles são investigados por corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, obstrução da justiça e violação de sigilo.
Nomeada operação Escobar, a ação teve início quando investigações apontaram que documentos sigilosos e internos da operação Capitu foram encontrados na casa de investigados, em dezembro de 2018.
À época da operação Capitu, uma organização criminosa que atuava na Câmara dos Deputados e no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) foi desarticulada.
Com isso, a Polícia Federal constatou que advogados teriam cooptado servidores da corporação para obter, de forma ilegal, acesso a informações sigilosas ligadas a investigações em andamento. Com acesso privilegiado a essas informações, os advogados ofereciam facilidades ilegais a seus clientes.