Fernando Martins y Miguel | @SuperFCoficial
27/05/19 - 19h19
Muitas explicações, muitas justificativas, documentos de depósitos, contratos e até bate-boca com jornalista. A entrevista coletiva da diretoria do Cruzeiro esquentou o ambiente na Toca da Raposa II, em que pese que o objetivo seria resfriar a temperatura, aumentada por conta das denúncias de irregularidade divulgadas pelo Fantástico, na Rede Globo, no último domingo.
Na entrevista coletiva, ficou acertado que tanto o presidente quanto o vice-presidente de futebol fariam um pronunciamento sobre as denúncias de irregularidades na atual gestão do Cruzeiro, antes das perguntas dos jornalistas.
O presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá e o vice-presidente de futebol, Itair Machado falaram com a imprensa por cerca de uma hora. E explicaram que apenas deram como garantia parte dos direitos econômicos de atletas do elenco e da base, inclusive do menino Estevão William.
No contrato de empréstimo de R$ 2 milhões, feito com o empresário Cristiano Richard, o clube colocou 20% dos direitos do menino de 12 anos, cuja a Lei Pelé e o estatuto da criança e do adolescente proíbem de possuir contratos empregatícios.
De acordo com o clube, o Cruzeiro não vendeu, apenas deu como garantia. "É proibido vender. Mas o Cruzeiro deu apenas como garantia os 20% dos direitos econômicos do jogador. Crime é a ação. E a ação (de vender) não foi feita. Renegociamos a dívida, que hoje está em R$ 1,4 milhão, para oito parcelas de R$ 195 mil", explicou Itair Machado, ladeado pelo advogado do futebol Edson Travassos.
Itair Machado chegou a bater-boca com um repórter que afirmou ser ilegal colocar como garantia a cessão de direitos econômicos de um jogador que não pode ter contrato com o clube, já que Estevão William, de 12 anos.
Conselheiros
Sobre os vínculos empregatícios de conselheiros do clube com o próprio Cruzeiro, Wagner Pires alegou que não há irregularidade. Mas que agora vai mudar as regras para evitar outra interpretação.
"Viemos falar que todos os clubes brasileiros, há mais de 50 anos, o Cruzeiro adota e prstica a contratação de conselheiros. Seria uma hipocrisia de nossa parte não contratar conselheiros por serem conselheiros. Normalmente, esses conselheiros que trabalham para o Cruzeiro perdem o direito de votação. Não há nenhuma proibição que conselheiro trabalhe para o clube. E conversando com o presidente do conselho, que a partir de agora, todo conselheiro que prestar serviço ao clube ele pedirá licença do cargo. E achei isso necessário a partir de agora e ele vai aprovar", concluiu.